O primeiro filme sobre Irmã Dulce entrou em cartaz nas regiões Norte e Nordeste do país nesta quinta-feira (13). Com direção de Vicente Amorim, roteiro de Anna Muylaert e L.G. Bayão, além da produção assinada por Iafa Britz, o longa-metragem, filmado em Salvador, mostra momentos marcantes da trajetória da beata. No restante do país, a estreia do filme será no próximo dia 27 de novembro.
O longa-metragem mostra momentos como quando ela levou pessoas pobres e enfermas para serem cuidadas no galinheiro do convento, a participação dela e de outras freiras no resgate das vítimas de um acidente em frente ao convento, além do encontro de Irmã Dulce com o Papa João Paulo II, quando ele visitou a capital baiana na década de 1980.
O longa destaca o cuidado e o relacionamento de “mãe e filho” entre a freira e João, um menino pobre que a pede abrigo após a família ser retirada de casa. Na infância e na vida adulta dele, Irmã Dulce o salva duas vezes da morte: retirando-o do ônibus após acidente em frente ao convento e quando criminosos o ameaçam de morte por conta de uma dívida.
Na segunda-feira (10), cerca de 2.400 pessoas convidadas acompanharam a pré-estreia do filme nas salas do complexo de cinemas do Shopping Iguatemi, em Salvador. O evento teve orquestra formada por estudantes do Centro Educacional Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), e que integra também o Núcleo Estadual de Orquestras Infantis e Juvenis da Bahia (Neojiba).
A irmã caçula da freira, Ana Maria Lopes Pontes, esteve na pré-estreia e explicou que o personagem João “é uma metáfora”, porque Irmã Dulce ajudou muitas outras crianças e adolescentes que estavam nas ruas.
“Ela conseguiu regenerar um jovem que era conhecido como Raimundo ‘Terror’. Como tinha capacidade empreendedora, ela deu um jumento a ele e com uma carroça ele fazia mudanças”, conta.
“Eu assisto e continuo chorando e me emocionando. É muita verdade, muita fé”, disse ao G1 a sobrinha da freira, Maria Rita, que é responsável pela continuidade do trabalho na Osid, deixado pela tia.
O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, também esteve na pré-estreia de “Irmã Dulce. “O filme conseguiu mostrar a força de uma mulher pequena e frágil, mas que tinha muita força no amor”, afirmou.
A atriz que representa Irmã Dulce ainda jovem é Bianca Comparato, que conta como conheceu a freira. “Conheci Irmã Dulce lendo o roteiro. Fiquei emocionada e pensei que muitas pessoas não conhecem a história dela. As pessoas precisam de ‘mais Dulce'”. A atriz também relata que morou durante três meses em Salvador para preparar a personagem e fazer as gravações.
“Foi uma oportunidade de levar essa história para o Brasil. Uma mulher como ela todo mundo tem que conhecer. Ela acolhia todo mundo sem preconceito. A coisa mais importante para mim foi participar desse projeto” disse Regina Braga, atriz que interpreta a personagem da freira mais velha.
O diretor do filme, Vicente Amorim, destacou as dificuldades de lidar com um personagem de tamanha importância. “É muito difícil contar a história de uma mulher que é objeto de culto” disse o diretor.
Dedicado a contar a história do “Anjo Bom da Bahia”, o filme sobre Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a “Irmã Dulce”, beatificada em 2010, traz detalhes da vida da freira baiana, que cuidou de pobres e doentes, além de ser fundadora das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
O filme mostra as dificuldades enfrentadas pela “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres” como o preconceito, o machismo, os dogmas da Igreja e sua própria doença respiratória, para construir a Osid.
O longa metragem foi filmado em Salvador, cidade em que a religiosa nasceu no dia 26 de maio de 1914. A freira baiana morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos.
O milagre que levou à beatificação foi reconhecido oficialmente pelo Papa Bento XVI em 10 de dezembro de 2010. A realização da Cerimônia de Beatificação ocorreu no dia 22 de maio de 2011, em Salvador. A freira baiana recebeu o título de Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica. Extraído do G1.