Chamado de “braço direito” pelo líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, Zé Neto (PT), o deputado estadual Carlos Brasileiro (PT) ganhou uma série de aliados na tentativa de continuar como parlamentar em 2014. Suplente da chapa governista de 2010, o petista pode perder o cargo já na quinta-feira (16), pois o titular da cadeira na Casa é Paulo Câmera (PDT), atual secretário estadual de Ciência e Tecnologia (Secti), que para tentar a reeleição voltará a Alba e dará o posto no Executivo para a ex-vereadora e colega de partido, Andréa Mendonça. No entanto, a base aliada do governador Jaques Wagner (PT) prepara um apelo para manter Brasileiro como deputado.
Quase todos os integrantes do grupo já assinaram uma carta, que será entregue ao governador, com o pedido para manter Câmera como secretário, o que manteria Brasileiro, ex-secretário estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, na Alba. Com a garantia de que não se trata de uma desavença ou discordância com a volta do pedetista à Casa, o documento leva a rubrica de Zé Neto, o que garante força no apelo a Wagner. Mas a ideia é ganhar tempo até uma solução definitiva, que pode sair até fevereiro, conforme apurou o Bahia Notícias. A manobra serviria para Brasileiro ficar no lugar de outra pessoa, no caso, o deputado estadual Capitão Tadeu (PSB), que virou persona non grata entre alguns colegas, após denunciar o suposto uso de policiais militares em desvio de função na Alba.
Para isso, advogados, membros da Assembleia e do próprio governo do Estado têm apelado e “mexido os pauzinhos” para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgue o processo que pode cassar o mandato de Tadeu. Na eleição de 2010, o então candidato a deputado estadual Wank Medrado (PSL) recebeu 12 mil votos, mas ficou inelegível devido a irregularidades na campanha para prefeito de Juazeiro, em 2008 (ver aqui, aqui e aqui). O tribunal, há três anos, determinou que os votos fossem para o suplente Capitão Tadeu, que então assumiu o cargo através de um mandado de segurança.
Desde então, o processo está parado, mas um julgamento do TSE pode anular os votos e o posto ficaria com Brasileiro, segundo fontes ouvidas pelo site Bahia Notícias. Ou seja, a ideia é segurar Paulo Câmera na Secti até abril, prazo máximo para membros do Executivo deixarem o cargo e se candidatarem, já que o ainda secretário quer continuar na Assembleia em 2015. A esperança dos aliados de Carlos Brasileiro é de que os ministros cassem o mandato de Tadeu, decisão que pode sair até o final deste mês. O petista, por sinal, assumiu o posto após o TSE julgar outro processo, similar ao de Wank, em seu favor. Extraído do Bahia Notícias.