Por Valter Xéu*
A morte dos dois suspeitos de terem praticado o atentado na redação do semanário Charlie deixou mais duvidas no já intricado caso. Como uma polícia que se diz altamente preparada, faz um cerco onde os suspeitos estão entrincheirados com reféns, depois de algumas conversações eles liberam os reféns e a polícia entra em ação fuzilando os dois?
Será que eles não seriam muito mais úteis vivos? Ou essa utilidade poderia comprometer alguém ou algum país aliado da França? Sabe-se que Françoise Hollander está com a popularidade em baixa junto aos franceses e, com certeza, nesse caso o desfecho lhe foi favorável, com aquela conclamação de união lançada à todos os franceses, como se o país estivesse revivendo a época da invasão nazista.
Os malucos do Estado Islâmico reivindicaram a autoria, mas essa reinvindicação se parece mais com oportunismo para marcar o nome do grupo em atos que chamam a atenção do mundo. A França é parceira do Estado Islâmico, assim como os EUA, o Reino Unido e a Alemanha. Portanto é de se duvidar da autoria do Estado islâmico nesse ato.
A Europa vive uma Islamofobia e com esse atentado todos os partidos de direita saíram fortalecidos, além do Estado de Israel que estava furioso com o parlamento Francês por esse ter apoiado a criação de um Estado palestino. Para Israel, demonizar os mulçumanos por toda Europa é o seu principal objetivo e esse atentado se encaixa como uma luva nos propósitos sionista e norte americano, em criar um ambiente hostil em todo mundo aos seguidores do Islam.
Todos devem lembrar da parceria entre o ex-presidente Sarkozy e Bush na destruição do Iraque e da Líbia. Seguindo os passos do seu antecessor, Hollande arma e treina outros grupos de terror no Oriente Médio, sob os mesmos pretextos, em ataques contra o povo e o governo da Líbia e da Síria.
SÍRIA
Os constantes ataques de grupos fundamentalistas na Síria, onde milhares de civis perderam a vida e milhões estão refugiados pelo mundo, os terroristas foram saudados como heróis por políticos ‘ocidentais’ quando atacaram civis em Trípoli e em Aleppo. Quando matam lá, são chamados de heróis, quando acontece nos países que os apoiam são vistos como terroristas fanáticos.
Com mísseis antitanques fornecidos pelos Estados Unidos, na Síria os grupos terroristas (Estado Islâmico e da Frente al-Nusra) conta com a proteção de um regimento alemão de defesa aérea que os proteje na Turquia de ataques da aviação Síria.
EM TEMPO
Na quarta-feira (07) cerca de 40 pessoas foram mortas em Saana, emIêmen, num ataque à bomba contra uma fila de candidatos que esperavam para inscrever-se para um emprego na polícia. Esses 40 mortos e muitos feridos no ataque absolutamente não mereceram uma linha no “noticiário” internacional como os mortos de Paris.
*Valter Xéu é jornalista, editor de Pátria Latina e Irã News.