O ex-secretário de Administração do prefeito de Itaberaba João Almeida Mascarenhas Filho (PP), Alberto Magno de Almeida Leal, prestou depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no dia 22 de janeiro e abriu o verbo contra a atual gestão. O depoimento do ex-colaborador do prefeito foi tomado pelo Procurador da República, Claytton Ricardo de Jesus Carneiro, da Regional de Feira de Santana. Durante a declaração, o ex-secretário entregou todos os “laranjas” do prefeito João Filho, enumerou o patrimônio adquirido pelo gestor durante seus quase dois mandatos. Segundo o ex-titular da pasta, os desvios chegam a R$ 1 milhão por mês. Ainda segundo o depoente, os maiores desvios são feitos por meio de cooperativas, em especial a Cooperativa dos Profissionais de Saúde (Coope), tendo o secretário dado os nomes de pessoas ligadas à gestão que recebem valores pela entidade.
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De acordo com Alberto Magno, o condomínio Brisa de Fiori, que todos na cidade de Itaberaba sabem ser de propriedade do prefeito está em nome de laranjas, ou seja, de sua irmã Jócia Mascarenhas e da gerente da sua fábrica de móveis, Rubevalda Bastos dos Santos. Durante o depoimento ao MPF, o ex-secretário apontou também fraudes em processos licitatórios envolvendo recursos federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate). Magno ainda narrou todo o processo que envolve seu pedido de demissão protocolado no Ministério Público, que culminou na ação criminosa de invasão de sua casa e roubo de documentos.
E o caso está longe de findar, pois o prefeito João Filho, que já é réu em vários processos de improbidade, estelionato, falsidade ideológica e crimes contra a flora, se defende afirmando na imprensa da capital que foi ele quem demitiu o secretário por descobrir que ele recebia propina de empresas contratadas pelo município. O curioso é que ao acusar o secretário, o gestor de Itaberaba assume ser coautor da referida improbidade administrativa, já que os tais recibos apresentados referentes a supostas propinas estão datados de junho de 2013, o que sugere que o secretário premiado pelo gestor no final do ano de 2014 era homem de sua confiança.
Jornal da Chapada
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