Embora o presidente da Vale, Murilo Ferreira, seja um dos mais cotados para assumir o comando da Petrobras e o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, esteja sendo tratado como uma “solução emergencial” para ocupar a presidência da petroleira, fontes próximas à presidente Dilma Rousseff informavam, na noite de ontem, que ela pode lançar mão de uma “surpresa”. Dilma corre contra o tempo para encontrar alguém com credibilidade no mercado para reerguer a Petrobras, mas ganhou, na quinta-feira (5), dois novos obstáculos: a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para apurar desvios na Petrobras e a nona etapa da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Os dois elementos reforçam o que é apontado nos bastidores como o maior empecilho para se encontrar um substituto para a atual presidente, Graça Foster: o risco do surgimento de irregularidades ainda não detectadas. A presidente passou o dia fazendo contatos, auxiliada mais de perto pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A intenção do Planalto é anunciar a nova diretoria hoje, na reunião do Conselho de Administração da estatal, em São Paulo – na qual será formalizada também a saída de cinco diretores e da própria Graça. Dilma deixou cedo o Planalto, antes das 18 horas, mas foi ao Palácio do Alvorada e deu prosseguimento às reuniões com sua equipe de coordenação política. Da Agência Estado.