Desde que houve o rompimento do PDT com o PT, o governador Rui Costa tem mostrado gratidão aos pedetistas que o apoiaram durante a eleição, principalmente dando a parlamentares e ex-parlamentares da sigla cargos no primeiro e segundo escalão. Ontem, o governador Rui Costa nomeou o ex-deputado federal Oziel Oliveira a diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), localizada em Barreiras. Quem estava cotada para assumir a diretoria era a mulher dele, a ex-prefeita de Barreias, Jusmari Oliveira (PSD). Vale lembrar que sob a liderança do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), os deputados da bancada decidiram permanecer na base governista e a posição tem trazido louros aos membros da sigla.
Além da ADAB, a legenda emplacou também a Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia, sob o comando do deputado estadual Paulo Camêra mesmo depois do rompimento com o presidente estadual do PDT, deputado federal Felix Mendonça Jr., e de ter afastado da pasta a prima dele Fernanda Mendonça (PDT). No rol dos espaços concedidos à sigla ainda está a CBPM, bem como é dada como certa a indicação do presidente da Assembleia Legislativa para o comando da Embasa, órgão cobiçado até por petistas. A gratidão do governador petista com os pedetistas, porém, estaria causando ciúmes em outras legendas da base aliada que ainda não tiveram cargos definidos mesmo desempenhando importante papel na candidatura do governador. Nos corredores da Assembleia, comenta-se que a insatisfação partiria do PSD, que tem oito parlamentares na Casa, engrossando o coro com outros “não-contemplados”.
A deputada estadual Ivana Bastos (PSD), entretanto, ameniza. “Continuamos na base governista, até o momento tudo tranquilo sobre a liderança do senador Otto Alencar. Não tem nenhum motivo para as rusgas. Acreditamos que até depois do Carnaval muitas coisas serão decididas”, declarou ela, acrescentando que fez reunião com os parlamentares para definir quais comissões ocupariam e nenhuma reclamação nesse sentido teria sido feita. Para o secretário de Relações Institucionais do Estado, Josias Gomes, “é normal que haja essa sensação”. Ele explicou que a decisão por Oziel Almeida para a diretoria da ADAB se deve à forte atuação dele no Oeste Baiano, onde a autarquia, ligada à Seagri, está localizada.
“Os descontentamentos eu vou tratando com todos os partidos. Continuo aberto para conversar com todo mundo. E repito, a decisão por Oziel se deu pela sua forte atuação na região e ainda por o PT não ter apoiado a candidatura deles em 2012 (de Oziel, em Luis Eduardo Magalhães, e da mulher dele Jusmari, PSD, em Barreira). Contudo, por eles terem sido muito simpáticos à nossa candidatura, nos apoiando com força em 2014”, disse Josias Gomes.
Sendo assim, conforme reforça Josias, com experiência técnica na área da agricultura, o ex-deputado fica com o órgão que é responsável pelo diálogo com agências executivas no país e setores produtivos, privados e públicos, da área da agropecuária e responsável pela inspeção e controle da saúde dos animais e vegetais. A missão é garantir a segurança sanitária no Estado da Bahia, preconizando o desenvolvimento de um agronegócio sustentável e competitivo.
A reportagem tentou contato com Oziel, mas não obteve retorno. O rompimento com o PDT se deu após o presidente pedetista ter recusado a exclusividade partidária exigida pelo governador, que não ficou satisfeito com a indicação de Andreia Mendonça (PDT), irmã de Felix, para ocupar um cargo na secretária municipal do Trabalho, na gestão de ACM Neto (DEM), enquanto a prima dele, Fernanda Mendonça, já estava nomeada para a Seagri. Extraído da Tribuna da Bahia.