Reggae, rastafari e maconha estão para a Jamaica como samba, carnaval e futebol para o Brasil. Por isso, pode soar estranho que só agora o consumo de ‘ganja’ tenha sido finalmente autorizado por lei. De tão amplamente queimada na terra de Bob Marley, alguns dirão que nem precisava dessa formalidade, afinal, como se diz por lá “Jamaica no problema“. Depois do estado americano de Ohio e do Uruguai, a maconha está liberada para uso médico, com receita, e religioso, como fazem os rastafáris. A quantidade prevista na lei por pessoa é de 57 gramas para porte e até cinco plantas para cultivo.
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A legalização foi motivo de debate por anos, uma reivindicação dos seguidores do rastafarianismo — religião para uns, filosofia para outros — segundo a qual a planta é sagrada e uma forma de elevar a alma. Para os rastafáris, a legalização é a conquista do direito de exercer plenamente sua religião. “É uma vitória na luta por nossos direitos, mas ainda há muito o que fazer“, afirmou Delanoë Seiveright, militante e diretor da Força Tarefa para Comércio e Uso Medicinal da Cannabis, ao jornal francês Le Figaro . Nos próximos meses, o legislativo da Jamaica decidirá os detalhes do “uso medicinal” da erva.
Os defensores da legalização da maconha na Jamaica esperam que o país se torne uma referência no setor de cannabis medicinal, mercado que tem crescido em todo o mundo, provocando discussões sobre usos da erva. Autoridades de segurança, contudo, afirmam que a legalização não implica o fim do combate ao tráfico de drogas e cultivo de plantas proibidas, ou que o país vá se tornar exportador de maconha. As informações são do Jornal O Dia.