A notícia da prisão do ex-deputado federal Luiz Argôlo (Solidariedade) pela Operação Lava Jato, em sua 11ª fase, empanou, nesta sexta-feira (10), o início do final de semana de muitos baianos, especialmente de políticos. Principalmente por causa do amplo trânsito que Argôlo possuía no círculo do poder na Bahia, frequentando gente importante até que as investigações da própria Lava Jato revelaram suas conexões profundas com o doleiro Alberto Yousseff, a partir de quem as apurações começaram.
Argôlo é hoje primeiro suplente de deputado federal. Quando a operação da Polícia Federal estourou, no ano passado, momento em que ainda desfrutava do mandato, foram muitos os conselhos de colegas para que renunciasse. Resistiu, entretanto, revelando confiança em que tinha “costas quentes”. Como deputado, disputou a reeleição para a Câmara. E teve uma votação surpreendente para quem se encontrava na situação de suspeito sob a mira potencial da Polícia e do Ministério Público Federal.
Um sinal, segundo muitos, de que fora muito ajudado na campanha. E por gente grande. É essa turma, principalmente, que teme por Argôlo na prisão. Receiam que celebre um acordo de delação premiada e conte tudo que o que sabe e assistiu. Na Bahia e em Brasília. Quem tinha relações políticas e empresariais nada republicanas com Argôlo tem motivos mesmo para assombro. Os que estiveram com ele antes da prisão, depois de tanto tempo sob a chuva, acham que dificilmente o ex-deputado não abrirá o bico. Extraído do Política Livre.