Lideranças do Senepol reuniram-se em Houston (EUA) para discutir a criação de uma confederação internacional, feito inédito na raça. O tema foi o foco do I Encontro Internacional de Presidentes da Raça Senepol, realizado recentemente, durante a Houston Livestock Show and Rodeo, maior exposição pecuária dos Estados Unidos. Líder mundial em volume de plantel, com mais de 40 mil animais registrados, o Brasil foi representado por Gilmar Goudard, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCBSenepol), sediada em Uberlândia (MG), e João Arantes Neto, diretor-executivo da pioneira Senepol Nova Vida, de Ariquemes (RO).
Seria atribuição dessa entidade homologar a padronização da raça em nível global, começando com a unificação do banco de dados de todas as associações envolvidas, fator que a permitiria exercer papel de certificadora. Treze das 16 associações da raça pelo mundo participaram do encontro (Brasil, Bolívia, Estados Unidos, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Ilhas Virgens, Panamá, Guatemala, Nicarágua, Porto Rico, México e Venezuela).
“Buscamos um entendimento para guiar o Senepol em uma mesma direção”, explica Neto, ressaltando que o Senepol cresce vertiginosamente, principalmente, nos países de clima tropical, com as melhores condições para elevar a produção para atender a oferta global de carne. O diretor-executivo foi um dos pivôs para a realização do evento em Houston. No ano passado, ao visitar um dia de campo promovido pela Senepol Nova Vida, o colombiano Pedro Alejandro Restrepo, mandatário da Senepol Cattle Breeders Association (CSBA) – a representação norte-americana da raça -, encontrou-se com Gilmar Goudard para iniciar as primeiras conversas em busca de uma sincronia mundial.
Em um primeiro instante, a sugestão era para que a própria CSBA, assumisse tal responsabilidade, por ser a associação Senepol mais antiga no mundo, com quase quatro décadas de existência, e que já goza de um lobby internacional muito forte. Um comitê composto por Brasil, Venezuela, Estados Unidos e República Dominicana vai elaborar um acordo de intenções, que posteriormente será encaminhado às entidades representativas. A decisão final sai em junho deste ano, quando a proposta será votada em assembleia.