“A questão energética não pode se restringir a partido A ou B até porque os elétrons não são vermelhos nem azuis”, disse ironicamente o deputado federal José Carlos Aleluia, manifestando seu entendimento de que o tema é de interesse nacional e não lhe cabe qualquer tipo de disputa partidária, durante o seminário Energia Competitiva no Nordeste, realizado nesta terça-feira (28), na Fieb.
Para Aleluia, a crise energética por que passa o Brasil é consequência da falta de modelo adequado e financiamento. Ele apontou erros das políticas governamentais para o setor que se acumulam desde o regime militar. “Para piorar, temos agora que conviver com uma presidente que não falou a verdade. Prometeu luz mais barata e agora nos empurra goela abaixo um racionamento com bandeira vermelha, que sacrifica o bolso do povo brasileiro”.
O parlamentar baiano criticou o modelo atual de leilão. “É irracional e decidido por quem não conhece o setor. Por isso erram nas decisões”. Aleluia assinalou que o Brasil queimou R$ 120 bilhões para esconder o atual racionamento. “Disseram que o Tesouro Nacional iria pagar esta conta, mas não é possível. Surgiu um ministro da Fazenda com juízo que fechou a torneira e tiveram que aumentar a tarifa”.
Na opinião de Aleluia, o Nordeste precisa de um modelo com hidroelétricas, energia eólica, um sistema térmico eficiente para dar base de sustentação, discutir a energia nuclear e começar a pensar a geração distribuída sem muitos impostos para liberar os consumidores do monopólio. Sugeriu também que o BNDES se dedique mais ao financiamento do setor elétrico.