“Com a cuia na mão”. Com essa afirmação, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza da Bahia (Sindilimp-BA), Ana Angélica Rabello define o sentimento dos terceirizados que prestam serviços à Secretaria Estadual de Educação (SEC) e que, invariavelmente todos os meses, têm que fazer manifestações para receberem seus salários. Nesta quinta-feira (30), mais um protesto está marcado para acontecer em frente à pasta estadual, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.
“É como um sangramento que nunca acaba. Todos os meses é a mesma agonia para receber o que é de direito. Isso é vergonhoso para o Estado, que este sindicato e estes trabalhadores ajudaram a construir. Alguém precisa, de uma vez por todas, dar um jeito definitivo nesta situação humilhante de ter que fazer manifestação mensalmente para que os salários caiam na conta”, desabafa Ana Angélica Rabello. Antes da manifestação na capital, terceirizados fizeram protestos no decorrer da semana em municípios do interior da Bahia. Movimentações trabalhistas foram realizadas em Juazeiro, Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus.
Além dos salários atrasados, os trabalhadores cobram que sejam definitivamente resolvidas as pendências com vale transportes, vale alimentação e plano de saúde. “Estamos discutindo, em âmbito nacional, o Projeto de Lei da Terceirização [PL nº 4330], a Lei Anticalote, mas os terceirizados aqui na Bahia continuam a ser tratados de maneira desumana e permanecem sofrendo”, completa Ana Angélica Rabello.