Os protestos dos professores e servidores do Paraná, nesta quarta-feira (29), deram lugar a uma ação de guerra dos policiais militares do estado contra os manifestantes. Em greve, desde a segunda-feira (27), os educadores protestavam em frente à assembleia legislativa, no centro de Curitiba, contra um projeto de lei que altera a previdência estadual e que estava sendo votado a portas fechadas. O projeto joga nos ombros dos servidores o peso do financiamento da previdência. Em repúdio à ação da PM, que deixou ao menos 150 pessoas feridas, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) disparou contra o atual governador estadual, Beto Richa (PSDB).
“A forma de governo do PSDB e do DEM, eternos aliados, que o Brasil está liberto desde 2002, mostrou hoje sua verdadeira face. As cenas vergonhosas de violência tomaram repercussão justamente às vésperas do 1º de maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador, uma data de celebração das conquistas da classe e fortalecimento na luta social. PSDB e DEM presenteiam os trabalhadores com um massacre no Paraná”. De acordo com Valmir, a ação em Curitiba também “revela que, por trás do discurso mentiroso da ética e de ser a favor do Brasil, se esconde a mais autoritária e truculenta forma de governar com total desrespeito ao povo brasileiro. O governador do Paraná está tratando os professores do estado com uma brutal ação de violência”.
Centenas de professores do estado ficaram feridos, após a repressão da PM. Bombas, balas de borracha e até blindados foram utilizados para reprimir os servidores. O prédio da prefeitura chegou a se transformar em uma espécie de enfermaria. “O processo de negociação pode ter divergências, postura firme de ambos os lados, o que é inconcebível é o uso da máquina estatal para praticar a violência desenfreadamente, como aconteceu. Não queremos mais isso para o Brasil. Nossa total solidariedade aos professores do Paraná”.
Ainda segundo Assunção, o mais sensato agora é o governador Richa determinar a imediata suspensão do uso da força da PM e instalar uma comissão para diálogo com a classe trabalhadora, pois o PT vai cobrar resolução. “A bancada do partido propôs que a Câmara dos Deputados crie uma comissão externa para atuar em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias para investigar a violência ocorrida em Curitiba”.