Nesta quinta-feira (14), a comunidade Quilombola do Remanso, localizada no município de Lençóis, na Chapada Diamantina, realizou um protesto e emitiu uma carta reivindicatória com os pontos que considera fundamentais para o convívio social. Os manifestantes culpam a atual gestão de ingerência e de abandonar o setor de educação. “Trata-se de reivindicações pelo descaso que a prefeitura tem tratado o local, assim como toda a cidade de Lençóis. Lençóis é um destino indutor do turismo do Brasil e tem sido massacrada pela ingerência da gestora Moema Rebouças Maciel e sua vice Sibélia Viana”, declara uma moradora, que participou do protesto.
Na carta enviada ao Jornal da Chapada, os estudantes, pais e equipe de professores apontam para as condições degradantes das escolas e de outros fatores que interferem na educação. “A nossa principal reivindicação se refere à infraestrutura escolar. Uma reforma na escola é promessa política que se arrasta desde meados de junho do ano de 2013. A forma como foram feitas as divisões das salas prejudica as aulas, pois as atividades de uma sala interferem nas outras”, aponta trecho da carta.
Os manifestantes também apontam para falta de recursos para atividades educacionais. Eles citam a verba do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), mais especificamente o Programa Mais Educação, braço do PDDE, que tem como função promover a educação integral. Com os valores foram adquiridos materiais para implementação de oficinas, porém estas não estão acontecendo devido à falta de espaço físico adequado. “Diante dessa situação, foi feito um acordo com o secretário de administração, Emmanuel Calmon Maciel, no qual ele garantiu a reforma e ampliação da escola nas férias de 2014 para 2015, inclusive o arquiteto da prefeitura fez um projeto para solucionar tais problemas e atender nossas necessidades. O que não aconteceu”, completam, em carta, os moradores do Quilombo do Remanso.
Ainda conforme relato dos quilombolas, após as férias, “um grupo de professores foi à prefeitura cobrar tal acordo e novamente foi prometido que depois das reformas de duas escolas, José Sena e Horácio de Matos, seria a vez da reforma e ampliação da escola da comunidade de Remanso. As reformas de tais escolas já foram concluídas e nós continuamos esperando”. A carta foi finalizada com um desabafo: “Estamos cansados de ouvir promessas políticas e de sermos desrespeitados enquanto comunidade tradicional. Precisamos de soluções concretas para que os profissionais da educação possam desenvolver um trabalho com mais qualidade”.
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