O projeto que modifica os valores referentes à outorga onerosa e decide o que acontecerá com o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Fundurbs) continua dando o que falar dentro e fora da Câmara de Vereadores. Com as publicações de boatos sobre supostas negociações de edis soteropolitanos com grandes empresas, que garantiriam R$ 350 mil para dividir entre os que aprovarem a matéria, o líder da oposição Luiz Carlos Suíca (PT) pede apuração do Ministério Público para saber se há ou não alguma negociação nesse sentido e de onde veio essa informação. Conforme publicações, apenas alguns vereadores tidos como do ‘alto clero’ dividiriam os valores. “É bom dizer que não sou de clero algum. Também não percebo a Câmara com essa divisão de cleros, os vereadores cuidam da cidade. Então é preciso que o Ministério Público apure essas denúncias de oferecimento de dinheiro”.
Para Suíca, a intenção dos boatos é manchar a imagem do parlamento municipal e criar um ambiente de desconfiança. “De forma particular, não recebi nenhuma herança política e se cheguei ao parlamento foi com a luta dos trabalhadores e dos meus amigos. Sei bem o meu papel de fiscalizar o Executivo e votar no que for melhor para a cidade. A atuação da Casa Legislativa vai muito bem, votando os projetos em defesa da capital e na busca de manter sempre sua autonomia. Inclusive, acredito que deve se apurar de onde veio essa notícia, tentam manchar a imagem do legislativo e se aconteceu negociações todos os envolvidos devem ser punidos”.
Sobre o projeto de outorga onerosa, o edil petista volta a frisar que a peça deve ser debatida dentro do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). “Do ponto de vista de outras cidades, nós, que somos da comissão para debater sobre o assunto, apontamos para a inconstitucionalidade do projeto. É importante para cidade, mas é preciso que se mantenha no mínimo a constitucionalidade dela com a permanência do Fundurbs e das lutas populares que criaram o conselho municipal. Sobre esse boato de oferecimento de dinheiro, entendemos que as pessoas de fora do parlamento querem ‘balançar o coreto’ para que não aconteçam debates com a população. A oposição, por exemplo, já fez uma audiência pública na Praça da Piedade para ouvir a cidade e continuará a ouvir”, completa.