A aprovação de diversos requerimentos na CPI da Petrobras na manhã desta quinta-feira (11) provocou duro protesto do deputado federal Afonso Florence (PT-BA). Segundo ele, os 140 requerimentos, votados em bloco, convocarão testemunhas e trarão acareações apenas entre indivíduos que têm a possibilidade de desgastar o PT. Tudo com objetivos eleitorais.
Para o vice-líder do partido na Câmara dos Deputados, a CPI está sendo transformada em um “circo para expor o PT”, especialmente no dia em que o partido abre seu Congresso Nacional, em Salvador. “Não pode transformar esta CPI em tiro-ao-alvo no PT. (…) Não podemos transformar a CPI em uma tentativa de desgastar o PT visando as eleições de 2016 e 2018”, denunciou.
A votação dos requerimentos teve clara quebra de acordo e foi conduzida pelo presidente Hugo Motta (PMDB-PB), comprometido com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujo nome é citado nas investigações da Operação Lava Jato. Originalmente, haveria a presença de requerimentos para convocar personagens que poderiam prejudicar Cunha, mas os pedidos foram excluídos da votação.
Florence destacou que o PT sobrescreveu anteriormente requerimentos para a investigação de testemunhas que poderiam comprometer a legenda. Entretanto, políticos do PSDB, DEM e PMDB estão claramente blindados pela presidência da comissão e até agora não se investigou absolutamente nada sobre as delações envolvendo os respectivos envolvidos.
Afonso Florence pregou respeito às conquistas populares no Brasil alcançadas por meio das gestões dos presidentes Lula e Dilma e também à militância histórica popular. “O PT é um partido constituído por centenas de milhares de militantes honestos, corretos. Nós gerimos bem o país, melhoramos a vida do povo. Fazer no dia da abertura do Congresso do PT uma sessão para expor o PT nós não aceitamos e vamos denunciar isso”.