Os trabalhadores de limpeza urbana da Bahia decretaram estado de greve nesta quinta-feira (18) por causa da morosidade nas negociações com as empresas contratantes e a prefeitura municipal de Salvador. Com isso, a situação da coleta de lixo na capital está prejudicada. É o que informa a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana da Bahia (Sindilimp-BA), Ana Angélica Rabelo. De acordo com ela, a situação vem se arrastando ao longo dos meses e os empresários não resolvem as demandas envolvendo reajustes salariais, ticket refeição e assistência médica. “O sindicato resolveu realizar assembleias simultâneas com trabalhadores de Salvador, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila, Pojuca e outras cidades. Só falta agora a reunião com a empresa Revita, que será realizada nesta quinta para tentar um acordo e a categoria não ter de fazer paralisação, pois já estamos com o quadro reduzido”, informa a coordenadora.
Após a reunião na Revita, o Sindilimp se reúne com o presidente da Limpurb e membros da administração da prefeitura para buscar solução par ao entrave. Ciente das inúmeras tentativas de negociações, o vereador da capital, Luiz Carlos Suíca (PT), apoia as decisões dos trabalhadores de limpeza e critica a postura das empresas na demora em negociar. “Se não resolver a situação, os trabalhadores vão entrar em greve geral e não queremos isso. Das reuniões realizadas ficou decidido fazer apenas uma viagem no turno, o que não significa nada para o acúmulo de lixo nas ruas de Salvador. Outra reunião está marcada para esta sexta-feira na Delegacia Regional do Trabalho [DRT], se não sair uma proposta viável, o Sindilimp fará uma paralisação maior de 24 horas”, aponta o edil petista.
Com a redução inicial do efetivo, os trabalhadores não mais realizam a carga horária de 12 e 13 horas diária de atuação, vão trabalhar apenas 7 horas e 20 minutos. O vereador petista ainda lembra da ‘PPP do lixo’ (parcerias público-privadas) e diz que é preciso valorizar os profissionais de limpeza do estado. “Já existe uma lei aprovada na Câmara de Salvador que concede às empresas um período de mais de 20 anos para operarem na cidade. Defendo a efetivação da PPP do lixo, porque vai ter investimentos, de uma concessão as empresas têm que entrar com contrapartida e, no modelo que está hoje, quem paga isso é a prefeitura e é muito caro. Na relação de público e privado as empresas serão iguais no transporte coletivo, tem que fazer investimentos e nenhuma empresa fará investimentos do jeito que está hoje”, completa.