A bola rolou no Estádio de Pituaçu, em Salvador, onde o Bahia venceu o Flamengo por 2×0, no jogo de abertura da Copa de Julho de Futebol Sub-15, promovida pela Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb). A competição foi iniciada nesta quarta-feira (1º), continua até o dia 12 de julho e reúne 40 equipes. O campeonato, em que os atletas se enfrentam em diversas regiões baianas, é uma oportunidade de crescimento profissional para os jovens e reforça a economia dos lugares que sediam os jogos. Além do Bahia e Vitória participam seleções de municípios do interior e times de outros estados, como o próprio Flamengo e o Atlético Mineiro.
Com 15 anos, Dimitri Souza, o camisa 10 do time tricolor, fez um gol de pênalti. Ele foi convocado, na segunda-feira (30 de junho), para jogar pela Seleção Brasileira Sub-16. “Comecei com 9 anos a jogar bola. Essa competição é uma vitrine, uma oportunidade de aprendizado e de adquirir experiência jogando contra as outras equipes”.
Espaço para jovens
Para Asdrúbal Souza, o pai do jogador, a competição é importante para a formação profissional do filho “Com quase sete anos no Bahia, ele já disputou vários campeonatos pelo Brasil e jogou na Europa, na Copa das Nações. A Copa 2 de Julho é um evento que preenche uma grande lacuna. O governo está trabalhando certo para abrir espaço para muito mais jovens”, disse.
O treinador do Flamengo, Ramon Lima, afirma que os campeonatos para os atletas Sub-15 são escassos. “Para essa categoria são poucas oportunidades. É um calendário muito vazio. Temos um campeonato em São Paulo, outro em Laranjal e agora a Copa 2 de Julho. O Brasil precisa de mais campeonatos como esse para que os meninos subam para o juvenil em melhor condição. A estrutura na Bahia é de primeira linha. [É] tudo muito bom”.
Oportunidade de crescimento
“Trago colegas, treinadores de vários clubes do Brasil. Muitos jovens já saíram daqui, inclusive do interior da Bahia. Esses meninos precisam de competições. Para ser jogador de futebol é preciso estar dentro de campo todos os dias”, enfatiza o ex-goleiro do Vitória e da seleção olímpica, Gelson Fogazzi, que acompanha a Copa 2 de Julho.
De acordo com ele, os jogos da copa atraem olheiros, inclusive, internacionais. “O celeiro da Bahia é muito bom. No interior, há meninos que podem ter um futuro brilhante e, muitas vezes, não têm chance. A copa é uma oportunidade para vencer essa dificuldade”.
Inclusão social
O coordenador de Excelência Esportiva da Sudesb, Sinval Vieira, ressalta que, além da prática de esporte, o campeonato é um meio de inclusão social. “Estes meninos têm o tempo ocupado com os treinos, e as cidades do interior têm a economia informal incrementada porque há gastos em hotéis, em restaurantes, em tudo que envolve a competição”.
Ele destaca que os atletas recebem ajuda de custo para jogar. “Temos também o envolvimento de árbitros, todos recebendo por meio de uma parceria da Sudesb com a Federação Baiana de Futebol. Normalmente são jovens que saíram da última turma de formação”.
Um exemplo de pessoas que aproveitam a competição como forma de obter renda é o vendedor de balas e pipoca Evandro Santana, que está cadastrado na Sudesb para trabalhar nos estádios. “Trabalho na competição desde a primeira edição, em Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’Ávila. É um público família, parentes dos jogadores, amigos, e dá para tirar um extra”, constata.
Diversão em família
“Deveria ser assim, todos os pais e avós trazendo filhos e netos para assistir aos jogos desses jovens também, todo mundo motivado. Isso é muito bom e pode mudar a cabeça das crianças, tirando os jovens das drogas e da malandragem”, observou o aposentado Clodoaldo Lima, 59, que aproveitou para fazer um programa em família e levou o neto João Vitor, 7, ao estádio.
O garoto contou que já esteve também na Arena Fonte Nova e gosta de futebol, tanto que narrou um momento do jogo em Pituaçu. “Eu gostei de vir aqui. O jogador do Bahia passou pelo do Flamengo, fez o gol e todo mundo gritou. Eu tô aprendendo a ser jogador”.