Para quem pensa que conquistar um tricampeonato mundial é difícil, o time de Futebol de 5 do Instituto de Cegos da Bahia mostra que ir além da limitação física é uma questão de dedicação. O time recebe apoio do Governo do Estado e apresentou a taça do tricampeonato disputado em junho, na República Tcheca, ao governador Rui Costa, nesta terça-feira (14), na Governadoria. Os paratletas são hexacampeões brasileiros, tetracampeões do Nordeste, e todas as conquistas foram em sequência. O time baiano marcou 29 gols e não sofreu nenhum na República Tcheca. Integrantes da equipe como Selmir Nascimento são beneficiados com o programa estadual Bolsa Esporte.
“Foi uma viagem muito boa, enfrentamos equipes da Alemanha, da Inglaterra, e fizemos a final com a Grécia, vencendo por três a zero. A bolsa é um incentivo que nos dá condições de alimentação e de adquirir material qualificado. É por meio do Bolsa Esporte que nós evoluímos e crescemos na prática da modalidade”, diz Selmir. O treinador Gerson Coutinho diz que a equipe começou a ser beneficiada pelo programa em 2007. “Sem a bolsa não conseguiríamos ter uma equipe de alto rendimento como o time do Instituto de Cegos da Bahia. Cada competição é realizada numa época do ano. Jogamos o regional em maio, em junho é o mundial, e em outubro temos o Brasileiro. Nos preparamos muito para as vitórias”.
Superação de limites
Rui parabenizou os paratletas pelo que chamou de “façanha”. “Esta é uma ação que demonstra que não há limites para o esforço do ser humano. O Estado apoiou uma equipe de pessoas com necessidades especiais e o Instituto de Cegos da Bahia nos trouxe um troféu de campeões mundiais. Nós vamos intensificar esse apoio, inclusive para outras modalidades esportivas, para que essas pessoas possam reforçar a sua autoestima”.
O governador citou ainda o desejo de sediar competições da modalidade na Bahia. “Nós vamos sugerir que a Federação Nacional seja convidada a realizar um campeonato nacional aqui na Bahia. O próximo será no Rio de Janeiro, em outubro, mas nós temos um ginásio belíssimo, em Cajazeiras, e podemos trazer o campeonato para cá, mostrando que a Bahia é inclusiva e [oferece] a todos a oportunidade de fazer esportes, inclusive as pessoas com deficiência”.