O líder da oposição na Câmara de Vereadores de Salvador, o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), voltou a cobrar nesta segunda-feira (27) a aplicação da Lei Anticalote para obrigar as empresas contratadas pelo governo do Estado a cumprirem os acordos firmados. O edil petista diz que os trabalhadores terceirizados seguirão com as paralisações até que os salários sejam regularizados. Além disso, as empresas também não recolhem Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), nem pagar férias e benefícios de saúde. “Os terceirizados seguem parados, eles tentaram de todas as formas dialogar, mas as empresas não quiseram e o Estado não fiscaliza. Parece até que é novidade, mas essa situação se arrasta ano após ano. O sindicato está aberto à negociação e o governador Rui Costa já sinalizou a indicação do secretário Edelvino da Silva Góes Filho [Saeb] para auxiliar no caso”, declara Suíca.
Para a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados da Bahia (Sindilimp-BA), Ana Angélica Rabello, as atividades seguem. Rabello critica a falta de diálogo e aponta que tem pai de família sem receber há quase quatro meses. “Estamos com os trabalhadores da manutenção da empresa LC há dois meses sem salário. Trabalhadores responsáveis pela limpeza dos hospitais. Há trabalhadores na educação há quatro meses sem receber salários e mesmo assim a diretora chama 30 trabalhadores para fazer faxina mesmo sabendo que estão passando fome e necessidades básicas. A empresa HD também apresenta problemas e não efetuou o pagamento de junho”, salienta Ana em entrevista à imprensa, nesta segunda, durante manifestação na governadoria, em Salvador.
Para o vereador Suíca, os terceirizados querem melhores condições de trabalho e pede que o governo estadual cumpra com a obrigação e garanta o pagamento dos salários e os direitos trabalhistas. “Benefícios, respeito e dignidade aos homens e mulheres que trabalham no Estado e fazem a engrenagem funcionar. Em síntese, são essas prerrogativas que o Sindilimp apresenta em carta aberta divulgada hoje. A intenção é retomar as negociações, não dar para ficar parado do jeito que está. Não admitimos afrontar e nem sermos afrontados, o que queremos é direitos garantidos, e isso é trivial”, completa o edil. Ainda conforme Suíca, nesta terça-feira (28), acontece reunião na Secretaria de Administração da Bahia para tratar dos atrasos salariais.