Onze empresas de manuseio e armazenagem de material explosivo foram autuadas durante a ‘Operação Dinamus’, deflagrada, na manhã desta terça-feira (18), pela Secretaria da Segurança Pública e pelo Exército, em 14 municípios baianos. Com o objetivo de inibir a venda ilegal de explosivos – material controlado pela 6ª Região Militar e pela Coordenação de Fiscalização Produtos Controlados da Polícia Civil (CFCP) – a operação também visa a prevenção de ações de quadrilhas especializadas em ataques a agencias bancárias.
“Já sabemos que na maioria dos ataques a caixas eletrônicos são utilizados artefatos furtados ou roubados de empresas que trabalham com este tipo de material. Isso requer que a fiscalização seja cada vez mais rígida”, explicou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa. No total, a ‘Operação Dinamus’ fiscalizou 16 empresas, entre fabricantes, transportadoras, distribuidoras, prestadoras de serviço de detonação, mineradoras, pedreiras e cooperativas de garimpeiros. Destas, 11 foram autuadas até o final da tarde desta terça-feira (18).
Inteligência
De acordo com o coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle, coronel Marcos Oliveira, as empresas foram escolhidas após a realização de um trabalho de inteligência. “Levamos em conta a mancha criminal de ataques a caixas eletrônicos com a utilização de explosivos, para definir as empresas prioritárias durante a operação”, contou.
A ação policial também apreendeu aproximadamente 102 quilos de emulsão explosiva. Destes, 100 quilos (quantidade excedente de uma das empresas) deveriam ser detonados, mas retornavam ao local de armazenamento, o que é proibido. Já o 1,2 quilo restante da emulsão e mil espoletas – material utilizado para acionar explosivos – foram recolhidos dentro de um caminhão.
Embora com nota fiscal, o material viajava sem a devida segurança e comunicação prévia e acabou recolhido durante a ação. A operação também resultou na apreensão de 275 metros de cordão detonante, armazenados de forma irregular.
Transporte sem autorização
“Nenhuma ação envolvendo produto controlado pode acontecer sem a autorização dos órgãos fiscalizadores e as empresas autuadas não estavam respeitando essas regras de segurança”, disse o coordenador da CFCP, delegado Fábio Santos.
Ainda segundo ele, a maioria das empresas investigadas não estava regular junto à coordenação ou tinha alguma pendência com a 6ª Região Militar, órgão responsável por fiscalizar a fabricação, o comércio e o transporte de explosivos.
Uma das empresas foi autuada por não obedecer às regras de segurança estabelecidas. “Eles estavam com o sistema de câmeras de monitoramento e o sensor dos paióis sem funcionar, um facilitador para ações, como furto e roubos”, esclareceu o capitão do Exército, Arivando Soares.