Por Valter Xéu*
Já estamos quase no final do ano de 2015 e o título de campeão absoluto de maior mentiroso do planeta cairia muito bem ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Obama já vem mentindo descaradamente desde o seu primeiro mandato presidencial e nesta segunda-feira na ONU, com certeza atingiu o seu ápice de maior mentiroso do planeta quando afirmou que os problemas da Síria tem um único culpado que é o presidente sírio Bashar Al Assad.
O crime de Assad, que chegou a ser chamado de tirano por Obama, é pelo fato dele ter ousado enfrentar os grupos terroristas treinados e armados pelos Estados Unidos, Qatar, Arábia Saudita, Turquia, União Europeia e Israel, que têm um único objetivo a destruição total da Síria. Mas o mentiroso mor esquece que, enquanto Assad foi reeleito presidente em eleição direta, em junho de 2014, na Arábia Saudita que é aliada dos EUA, eleição nunca existiu, não há respeito aos diretos humanos e é um dos regimes mais repressores do planeta.
O simples fato de uma mulher ser pega dirigindo, coisa proibida no país, exige como punição com algumas dezenas de chibatadas e se for reincidente, alguns anos de cadeia. Este é um exemplo simples das severas leis aplicadas contra as mulheres neste país, aliado dos americanos.
Isto sem falar nos outros aliados, como o regime do Qatar e do regime da Turquia, outros aliados dos americanos, que assumiram, de forma flagrante, em vários fóruns internacionais, apoiar os grupos terroristas, chamando-os de ‘oposição armada’.
Depois do Fracasso no Afeganistão, as forças ocidentais foram para o Iraque, mataram Saddam e dai para a Líbia onde fizeram o mesmo com Kadaffi. Bush conseguiu levar o caos ao Iraque e a Líbia. Os dois eram prósperos países do Oriente Médio. A Líbia tinha um dos maiores IDH da região e hoje tanto o primeiro quanto o segundo, são dois países destroçados, onde grupos rivais lutam para serem os donos do poder.
Nos dois países, empresas norte americanas, como a Haliburton do ex-vice-presidente do governo Bush, Dick Cheney, é a principal exploradora do petróleo enquanto os diversos grupos, armados pelos Estados Unidos, que fornece material bélico tanto para um quanto para o outro, se matam entre si, enquanto a riqueza do país vai sendo usurpada pelas empresas norte americanas.
A bola da vez passou a ser à Síria, só que os americanos não esperavam uma resistência do exercito sírio, comandado pelo presidente Assad.
Derrotados no Conselho de Segurança da ONU pelos votos contrários da Rússia e da China para uma invasão nos moldes da Líbia, criaram, armaram e treinaram o famigerado Exército Islâmico que é formado por mercenários do Kosovo, Turquia, Arábia Saudita, Qatar e de vários países da União Europeia, na esperança de varrer Assad do comando da Síria.
É comum os EUA alardearem que bombardearam posições do EI, quando na verdade estão usando seus aviões para enviarem mais armas e suprimentos para este grupo e contam, para tanto, com a cumplicidade da imprensa-empresa, grande parte dela dominada por grupos judaicos.
Aviões da força aérea iraquiana que ousam bombardear as posições do Exercito Islâmico, são abatidos por caças dos Estados Unidos.
Na região das colinas de Golan, território sírio ocupado ilegalmente por Israel, o governo sionista construiu um hospital somente para cuidar dos feridos do Estado Islâmico, ao mesmo tempo em que a força aérea israelense sempre ataca os jatos da Síria que ousam bombardear as posições do EI.
Tanto Israel quanto o ocidente fornecem, através dos seus satélites, informações ao EI sobre as posições sírias e assim, os terroristas vão atacando as cidades, destruindo monumentos históricos que datam de mais de sete mil anos e levando o terror a todo o país. Quem acredita que Israel não esta por trás do Estado Islâmico, é só ver, que durante todo esse tempo, nunca dispararam um tirinho sequer contra as forças israelenses, coisa muito difícil em se tratando de um grupo que se diz islâmico.
Não há nada de islâmico neste grupo terrorista que age cumprindo ordens dos americanos e dos países que giram em sua órbita. Rússia e o Irã, que já vinham apoiando Assad, agora se fazem mais presentes com o fornecimento de armas e apoio militar. A China está a caminho. Afinal, como diz o jornalista brasileiro Pepe Escobar, especialista em Oriente Médio, “O Império do Caos é especializado em destruir, não em construir nações”.
*Valter Xéu é jornalista e editor do Pátria Latina e Irã News