Um trabalho de intervenção urbana da professora de artes visuais da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Clarissa Campelo, viralizou na internet através das redes sociais. A arte foi criada na última segunda-feira (14) aos pés da ponte Presidente Dutra, que liga Juazeiro à Petrolina-PE, e fazia alusão ao desenho animado Papa Léguas, aquele em que um coiote persegue a ave e sempre se dá mal com as armadilhas que ele próprio prepara. Campelo pintou uma estrada com um túnel, cena típica da animação da Warner Bross, e a imagem do Papa Léguas.
Acontece que uma montagem (mais conhecida na internet como meme) com a imagem da pintura na ponte e um carro batido, o que não aconteceu de fato, fez sucesso na internet. Após isso, até a página do criador do desenho, Chuck Jones, que morreu em 2002, postou a imagem. Em vários sites do mundo, principalmente dos Estados Unidos, as pessoas comentam sobre a pintura.
A prefeitura de Juazeiro decidiu que a arte urbana deveria ser apagada por dar a impressão de que há um túnel de verdade na base da ponte. “Assim que ficamos sabendo da existência da gravura, tratamos logo de apagar. Durante o dia, parecia uma pintura infantil e é quase imperceptível, mas à noite realmente dava para enganar. Por isso tratamos de agir rápido, levando em conta a preocupação com relação à segurança dos motoristas”, afirmou o diretor-presidente da Companhia de Segurança de Trânsito e Transporte de Juazeiro, Fábio Assis.
Nesta quinta-feira (17) a parede, que já tinha apenas a imagem do túnel coberta de tinta branca um dia antes, foi pichada com os dizeres “Se beber não dirija”. Assis declarou que não havia autorização da prefeitura para que a pintura fosse feita naquele local. Já a professora discorda. “A prefeitura sabia que eu iria fazer o desenho do túnel no local. Fui convidada pela própria Secretaria de Cultura do município. O que ocorreu foi uma falta de comunicação. E o desenho só foi apagado por causa do boato que rolou nas redes sociais sobre o suposto acidente”, aponta.
A professora ainda criticou a decisão da prefeitura de retirar a imagem do local. “Essa solução foi muito drástica, porque deu muito trabalho para fazer o desenho que remete ao universo do mundo animado. Fiquei muito chateada porque o desenho nem era tão realista assim. Eles poderiam ter falado comigo antes. Eu acho que a gravura não causa nenhum risco. Eles deveriam ter colocado uma sinalização no local. Não achei que fosse gerar tanta polêmica”, disse a professora, que contou com a ajuda de uma assistente para fazer a imagem. Com informações do G1.