Preocupados com o fato de só terem sido capazes até agora de estimular candidaturas à esquerda para enfrentar o prefeito ACM Neto (DEM), operadores do governador Rui Costa (PT) começaram a discutir esta semana a possibilidade de incentivarem também um nome mais à direita para a sucessão municipal de outubro. Um dos quadros lembrados para a tarefa é o senador Otto Alencar, do PSD. Apesar de aliado do PT, Otto criou-se politicamente no carlismo, tendo, portanto, a mesma origem do atual prefeito de Salvador. Já foi governador e secretário de Estado várias vezes, tendo larga experiência administrativa.
Seria ainda um nome que dialogaria muito mais facilmente com o empresariado do que os pré-candidatos esquerdistas que têm aparecido até agora, donos de discursos radicais contra o capitalismo e a classe dos empregadores privados. A avaliação dos operadores de Rui é que, ainda que seja necessário ter força para enfrentar a turma que vai partir para a campanha querendo seu fígado, hoje, com os nomes disponíveis, Neto permanece jogando sozinho no campo da centro-direita, sem ninguém que lhe faça oposição firme nesta área.
“É preciso corrigir a rota das discussões iniciais com relação à sucessão municipal. Não há hoje ninguém no grupo de oposição que tire voto de Neto. Precisamos de alguém que faça este embate, que entre na sua casa política e o enfraqueça a partir de lá”, diz um político ligado a Rui Costa. Por enquanto, quem fala no nome de Otto entre os governistas diz que a maior dificuldade será convencê-lo a entrar na batalha, uma vez que parece ter se acostumado à vida de senador em Brasília, além de preferir disputar cargos mais altos, como o próprio governo do Estado quando achar que é a sua vez. Redação extraída do site Política Livre.