Para fugir do tumultuado carnaval de Salvador ou dos grandes centros onde a festa momesca é superlotada muita gente sabe o caminho. A Chapada Diamantina. Grupos de amigos da capital baiana e de outras cidades do Brasil se encontram na Chapada e este ano não será diferente. Mais uma motivação para visitar a Chapada neste período festivo são as chuvas do mês de janeiro, que garantiram maior volume de água nas cachoeiras e rios. Portanto, para quem não quer a agitação dos dias de carnaval, a calmaria da Chapada é ideal para descansar.
Os municípios de Lençóis, Andaraí (Igatu), Mucugê, Palmeiras (Vale do Capão), Morro do Chapéu, Rio de Contas, Piatã, Boninal, Abaíra, Ibicoara (Buracão), Jacobina, Iraquara, Nova Redenção e Itaetê são alguns locais com opções para quem quer distância da folia e busca por locais paradisíacos. Essa região do coração da Bahia é destino ecoturístico que reúne história, natureza, belas paisagens, vistas de montanhas e trilhas, rios, cachoeiras e principalmente muita paz. Patrimônio natural, a Chapada Diamantina é um local de nascentes, com fauna e flora de riqueza e belezas naturais únicas.
O destaque da região é o Parque Nacional da Chapada Diamantina, com 152 mil hectares de área, divididos entre os municípios de Lençóis, Palmeiras, Andaraí, Mucugê, Itaetê e Ibicoara. Para quem gosta de boas caminhadas, vale a pena percorrer as trilhas e conhecer o Vale do Pati (Leia mais), a Cachoeira da Fumaça, o Cachoeirão, Funis, o Morro do Castelo, ou do Pai Inácio.
Não tem apenas cachoeiras, o turista ainda pode ter acesso a muitas grutas, vales e os três pontos mais altos da Bahia: o Pico das Almas, com 1.958 metros de altura; o do Itobira, com 1.970 metros; e o do Barbado, com 2.033 metros.
Na Chapada nascem 90% dos rios que banham o estado, como o Paraguaçu, o Jacuípe e o de Contas. Dezenas de nascentes resultam em cachoeiras ou poços propícios ao banho no meio ou no fim de cada caminho.
Quem quer saber um pouco mais de história pode também percorrer a Estrada Real, onde circulou ouro nos séculos XVIII e XIX. O casario colonial, em Lençóis, Rio de Contas, Mucugê e Igatu, todos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), fazem parte do conjunto arquitetônico que reconta a história do lugar.
Esportes
O turista aventureiro encontra seu ponto máximo na Chapada Diamantina. Arvorismo, bungee jumping, cave jumping, canyoning, cascading, rapel, tirolesa, cavalgada, exploração e mergulho em cavernas, trekking e hikking, escalada, mountain bike, caminhada, corrida de aventura, rally classe turismo, voo livre, balonismo, ultraleve e canoagem. Essas atividades são possíveis na região, com guias e orientação para cada um desses esportes.
Culinária
Além dos cartões postais, o turista ainda pode conhecer a culinária local. No Vale do Capão, por exemplo, o que mais chama atenção nos pratos típicos são as misturas dos temperos com os ingredientes da localidade. Um exemplo disso é o pastel de palmito de jaca, uma iguaria exclusiva do Vale do Capão, que pode ser frito ou assado dependendo do gosto do cliente.
Outros pratos típicos da Chapada são o godó de banana verde, um ensopado de carne do sol com banana nanica verde, que acaba tendo um gosto parecido com o da batata inglesa; e o cortado de palma, que tem um gosto parecido com um ensopadinho de vagem. Tudo uma delícia, vale a pena experimentar.
Vale do Capão
Mais conhecido como Vale do Capão, a Vila de Caeté–Açu, distrito de Palmeiras, é um dos principais redutos de turismo ecológico do Brasil com visitas de aventureiros do mundo. O vale, junto com os municípios de Lençóis, Andaraí e Mucugê, faz parte do chamado ciclo de diamante da Chapada. Morros, picos de montanhas, queda d´água e riachos. No Capão, as trilhas mais percorridas são a Cachoeira da Fumaça e o Morro do Pai Inácio. Tem ainda o Morrão, os Gerais do Vieira, o Morro Branco e o Vale do Pati.
Cachoeira da Fumaça
A Chapada Diamantina continua surpreendente desde a década de 50, quando um piloto norte-americano, de sobrenome Glass, sobrevoando a região, avistou a Cachoeira da Fumaça, descobrindo para o mundo o que os poucos aventureiros e nativos há muito tempo já conheciam. De acordo com matéria do jornal A Tarde, de 2010, “o piloto se encantou ao ver que a água, caindo de tamanha altura (340 metros, constatou-se depois) nem chegava a tocar o chão, levada pelo vento, parecia esfumaçar-se no ar. De volta a Salvador, o piloto guardou o segredo por mais alguns sobrevoos, mapeou a localização da cachoeira e conseguiu, com isso, batizar a descoberta com seu nome”.
Como chegar
Saindo de Salvador, deve-se seguir pela BR-324 até Feira de Santana. A partir daí, é possível seguir pela BR-116 até o entroncamento com a BR-242 (Bahia-Brasília) ou utilizar-se da BA-052 até Ipirá e, de lá, seguir pela BA-488 até Itaberaba. A partir desta cidade, os dois caminhos seguem iguais sempre pela BR-242. Empresa de ônibus: Real Expresso [+ 55 71 3450-2991]. Por via aérea, há dois voos regulares, que fazem o percurso Lençóis-Salvador e Salvador-Lençóis, além de conexão com Minas Gerais.
Jornal da Chapada