Os estudantes que não moram no município de Seabra, na Chapada Diamantina, que ingressaram em algum dos cursos do campus do Instituto Federal da Bahia (Ifba) e não têm onde morar na cidade contam com uma residência estudantil. O local existe desde setembro de 2013, fruto de uma parceira com a prefeitura municipal. A moradia é um dos direitos dos alunos que vivem em comunidades do município de Seabra e sofrem com problemas do transporte escolar, e que são integrantes de famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio. Dezoito estudantes já passaram pela residência e hoje 12 estão nas suas dependências.
“Até agosto de 2015, mantínhamos equipes de limpeza e segurança, além de oferecer gêneros alimentícios. No entanto, devido aos cortes orçamentários, os vigilantes estão apenas à noite. Também instalamos internet para auxiliar nos estudos dos jovens. A prefeitura arca com os custeios firmados no termo de compromisso, que incluem aluguel, mobiliário, eletrodomésticos, água, luz e gás”, explica o diretor geral do campus, Robson Menezes. Para ele o espaço é uma conquista. “Somos o único campus do Ifba que oferece um prédio assim para nossos alunos”, afirma Menezes.
Para a egressa do curso técnico subsequente de meio ambiente, Tatiane Silva, que participou da criação da residência estudantil, a casa lhe deu uma família ao permitir o convívio com diferentes personalidades. “Hoje eu digo que a residência foi uma benção!”, agradece. A jovem é natural do povoado do Velame, situado a cerca de 20 km da cidade, e se deslocava diariamente para o Instituto, junto com sua irmã e três primas, no transporte municipal escolar. Mas o ônibus nem sempre estava disponível.
“A princípio, pensamos em um transporte para nos levar pra casa, mas aí surgiram novos alunos, moradores de outros povoados da zona rural de Seabra, que passavam pela mesma situação que a gente. Percebemos que um transporte não funcionaria. Solicitamos reunião do IFBA com a Prefeitura,” contou Tatiane. Agora, outros jovens podem estudar sem precisar se sacrificar com longas viagens e as antes rotineiras faltas e atrasos nas aulas. Com informações da Gerência de Comunicação Social do campus do Ifba em Seabra.