Por Magda Asenete*
A rotina é primordial na vida do estudante, principalmente nas séries iniciais e na educação infantil. Quebrá-la gera uma associação de comportamentos dispensáveis ao bom andamento escolar, bem como em família e sociedade. Após quase dois meses de férias, a expectativa do retorno às aulas é quebrada. Alunos preenchem a prática educativa com sua ansiedade, seus hábitos e costumes, as famílias retomam seus horários e as vezes até à tranquilidade tão esquecida pela presença dos pequenos em casa.
Quando tudo parece se organizar, toda a rotina é quebrada por uma série de fatores que a desequilibra. Chegam feriados, recessos e paradas momentâneas; ação do meio sobre a ação do sujeito. Os planos são mudados e cabe ao estudante, assimilar tamanha desestrutura. Quando o processo de assimilação acontece, num paralelo a acomodação, é hora de reunir todos os esforços para buscar equilíbrio para o retorno aos antigos costumes. Essas são desestruturas explicadas por Piaget e Vygotsky que ao se completarem geram o equilíbrio que constrói, e eu afirmo, rapidamente o retorno a rotina.
Então como entender? Como retornar ao ritmo das aulas após o recesso de carnaval? Adaptando-se, equilibrando-se. São esquemas de adequação do sujeito às mudanças ocorridas habitualmente. E que também não deixam de ser uma aprendizagem (que é o tema tratado pelos especialistas citados).
À primeira semana de aula damos o nome de acolhimento. Receber os alunos com alegria e inseri-los em um ambiente prazeroso e descontraído ajuda na construção social, interativa e cognitiva, mesmo aos das séries maiores. Na educação infantil acontece um momento relevante que é a adaptação escolar. Quando ocorrem os feriados prolongados, verifica-se um retrocesso a todo o trabalho já desenvolvido e o recomeço parece tarefa interminável.
Seria interessante que as equipes pedagógicas, que projetam todo o período oficial de aulas, estendessem um pouco mais o início letivo, para não haver quebra de rotina, porém nem sempre é possível, pois segundo a legislação, as escolas têm que cumprir um calendário de duzentos dias letivos e ainda esbarram em uma série de situações que podem prejudicar o calendário escolar. Sendo assim, quanto mais cedo iniciar-se o processo educativo, mais rápido haverá confirmação do cumprimento do cronograma.
O ideal então é que as escolas saibam como realizar esse equilíbrio para que o processo educativo não venha sofrer danos no retorno as atividades pedagógicas, seja qual for o motivo que interfere no processo. Não é tarefa fácil, mas primordial. O mais importante é alcançar e realizar positivamente os objetivos propostos.
*Magda Asenete é pedagoga