A série de protestos na Bahia pró-Lula segue em diferentes regiões do estado, nesta sexta-feira (11), com a participação de diversos movimentos populares. Eles deflagraram uma jornada de luta e fecharam vias federais, interromperam serviços públicos e marcharam em defesa da democracia e contra as ofensivas ao ex-presidente. Os manifestantes ainda defendem o não retrocesso dos direitos dos trabalhadores brasileiros conquistados em mais de 30 anos de luta. Em Salvador, os movimentos reuniram mais de 800 pessoas em marcha que saiu da Concessionária Grande Bahia, pela Avenida Paralela, até a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), na região da Tancredo Neves.
No percurso, os manifestantes defenderam um projeto político que esteja do lado da classe trabalhadora do campo e da cidade. “Somos contrários à tentativa de golpe ao regime democrático”, aponta um dos manifestantes. O protesto ainda trata da necessidade de continuar realizando ações em todo estado, mobilizando a sociedade baiana em defesa da democracia. “De um lado, o poder legislativo liderado por Eduardo Cunha e Renan Calheiros tenta construir uma base legal para viabilizar o golpe. Por outro, o judiciário dá manchetes para a mídia construir um sentimento na sociedade favorável a tentativa golpista”, completa outro militante.
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Para o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, a atuação do Judiciário “quer absolver os verdadeiros criminosos”. Ele relembra casos de impunidade que vêm se arrastando há décadas. “Nós temos o exemplo de Eldorado dos Carajás, onde são vinte anos do massacre e nenhuma punição. Enquanto isso, passamos por um processo de criminalização constante da classe trabalhadora e de lideranças da esquerda”.
Rodovias interditadas
Na BR 101, os trabalhadores interditaram na altura de Teixeira de Freitas e Wenceslau Guimarães, e na 110, em Paulo Afonso. A BR 242, em Oliveira dos Brejinhos e Luiz Eduardo Magalhães, e a 210, no município de Sobradinho, foram fechadas. Além disso, a Estrada do Feijão (BA 052), no entroncamento de Cafarnaum, Casa Nova, em frente à Chesf, e Barreiras também foram paralisadas. Mais de 1,5 mil trabalhadores e trabalhadoras se envolveram nas manifestações.
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Aterro sanitário
Em ação conjunta as lutas em defesa da democracia, o aterro sanitário de Salvador foi fechado com o objetivo de chamar atenção da população “às investidas reacionárias aos direitos dos trabalhadores”. Houve adesão de todos os funcionários da limpeza urbana, motivando os trabalhadores da capital e de outros municípios. Para o Sindicato de Trabalhadores de Limpeza Urbana da Bahia (Sindilimp-BA), a manifestação foi espontânea e envolveu todo o quadro de funcionários. De acordo com o vereador Luiz Carlos Suíca (PT), “os trabalhadores reconhecem o Lula como liderança do povo pobre e que mudou a vida dos moradores de periferia”.