Em um dos diálogos do ex-presidente Lula interceptados pelo juiz federal Sérgio Moro, condutor da Operação Lava Jato em primeira instância, há um em que ele é aconselhado por um amigo a aceitar ministério no governo para evitar as ações do juiz. O interlocutor é identificado como Roberto Carlos no áudio e afirma, ao longo da conversa, ter sido professor na Universidade Federal Fluminense (UFF) no Departamento de Ciências Sociais.
Ele tenta convencer Lula a aceitar o cargo por acreditar que, juridicamente, o jogo já está perdido para a Lava Jato. Diz ainda que a condução coercitiva do ex-presidente teria sido um teste feito por Moro como ensaio para um pedido de prisão. “Eu li tudo que saiu com relação a ti na semana passada e tudo foi público, quando se lê aquilo, à luz do que aprendi, dizendo com clareza, não estou aqui colocando panos quentes, eles condenaram já. Não tem defesa jurídica que salve. Estou falando assim, com alarmismo mesmo. É uma decisão individual daquele cara de Curitiba [Sérgio Moro], ele pega e toma uma decisão, está tomada”, diz Roberto Carlos.
Na sequência, o ex-professor da UFF relata sua interpretação sobre a condução de Lula. “Ao meu ver ele fez um balão de ensaio na sexta-feira. Como é que seria se ele tomasse a decisão. Ele fez um ‘testezinho’. Eu acho que tem uma coisa que está nas mãos de vocês, é ministério. Acabou, p****! Acho que há uma vacilação da parte de vocês. Você tem uma coisa na tua mão hoje. Usa, c******! É alarmista mesmo, vai incendiar o país se esse cara fizer isso”, enfatiza.
Lula, por sua vez, responde com aparente tranquilidade. “Eu até acho que ele [Moro] deve fazer [decretar prisão] para ver o que acontece. Eu estou vivendo uma situação de anormalidade. Esses caras podem investigar minhas contas na casa do c****** e não vão encontrar um centavo. Esses caras sabem que não tenho apartamento, sabem que não tenho a chácara, sabem que não só fiz muita palestra, como fui o mais bem pago conferencista do começo do século 21”, vangloriou-se. Com informações do Bocão News.