Na manhã da segunda-feira (5), o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Geraldo Reis, recebeu em seu gabinete uma comissão de estudantes e gestores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) que solicitou o apoio da secretaria para garantir a segurança e integridade de alunos que participaram de manifestação política no último dia 1º. Os integrantes da comissão relataram a ação policial durante um protesto pacífico realizado por cerca de 40 estudantes da Uneb nas imediações do Campus I, no bairro do Cabula, em Salvador.
Com a presença da superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da SJDHDS, Anhamona de Brito, e do coordenador de Políticas para a Juventude, Jabes Soares, a vice-reitora da Uneb, Carla Liane dos Santos, e o secretário de Articulação Institucional da Uneb, Jairo Sá, trouxeram à SJDHDS o posicionamento da instituição. “Em vários estados brasileiros manifestações estão sendo reprimidas.Nossa preocupação é como os nossos estudantes serão tratados com o provável acirramento dessas manifestações”, disse a vice-reitora da Uneb, Carla Liane.
Em nota de repúdio amplamente divulgada, a Uneb “reitera que, sobretudo na atual conjuntura política e social do País, é fundamental resguardar o direito constitucional ao livre exercício de expressão e de manifestação”. Na nota, a instituição pede ainda apuração urgente do ocorrido e pede providências no sentido de “garantir a segurança a toda a comunidade, bem como o seu pleno direito de manifestação, expressão maior da sociedade democrática”.
O secretário Geraldo Reis acolheu o pedido da comissão, informando que enviará uma nota à Secretaria de Segurança Pública (SSP), solicitando a garantia da segurança dos estudantes e o acompanhamento da questão. Também será abordada junto ao governo a questão do tratamento aos manifestantes, de modo a garantir o direito de livre expressão.
“Essa secretaria tem atuado de forma muito próxima em bairros periféricos por toda a Bahia, inclusive com o apoio essencial da SSP e das Bases Comunitárias de Segurança, no âmbito do Programa Pacto pela Vida, fazendo um belíssimo trabalho de aproximação e cuidado com as comunidades mais desamparadas. Mas sabemos da complexidade que envolve a questão da segurança pública, por isso, é nosso papel agir para dentro do governo também, fomentando essa reflexão”, disse Reis.
Os estudantes da comissão, que solicitaram preservação da identidade, reiteraram seu interesse de que a questão não seja tratada de forma individualizada em relação aos policiais, mas que seja proposta uma discussão mais ampla, voltada ao questionamento do papel da Polícia Militar, sobretudo frente ao tratamento dado às populações negras e periféricas em todo o Brasil.