Preso na Operação Lava Jato, o lobista Lúcio Funaro foi flagrado em mensagens de celular acusando o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS, segundo informações da revista Época. De acordo com a publicação, o peemedebista baiano tinha “preocupação exacerbada” sobre um aporte do banco (Caixa) para o grupo J.Malucelli, no valor de R$ 30,6 milhões, o primeiro de um total de R$ 330 milhões. “Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”, escreveu Funaro numa mensagem de texto.
Esse é o primeiro indício da atuação de Geddel dentro do FI-FGTS, uma das novas frentes da Operação Lava Jato que investiga aportes multibilionários bancados pela Caixa Econômica. Geddel foi vice-presidente do banco entre 2011 e 2013 e já admitiu publicamente que se encontrava com Funaro, mas disse que eram encontros de cortesia. Além de ser vice-presidente indicado por Michel Temer (PMDB), o peemedebista baiano era também membro do Conselho de Administração da J.Malucelli Energia – o FI-FGTS era sócio no negócio.
Funaro, por sua vez, é acusado de ser o operador financeiro dos desvios de dinheiro do FI-FGTS, feudo controlado pelo PMDB (incluindo aí, Cunha) e que envolve megaempresas, como Odebrecht e a Eldorado Celulose, empresa do grupo que controla marcas como JBS e Friboi. Para a Procuradoria Geral da República, havia pressão política para liberar investimentos para empresas do esquema, em troca de propina. A redação é do Bocão News.