O Governo do Estado deu o primeiro passo para o lançamento da Central de Frota Compartilhada, um novo modelo que vai otimizar o uso de veículos oficiais, gerando uma economia de R$ 20 milhões para os cofres públicos, em três anos. Na última sexta-feira (9), a Secretaria da Administração (Saeb) publicou, no Comprasnet.ba, o Termo de Referência que estabelece o funcionamento da Central. O conceito do novo modelo é centralizar, em um único local, todos os veículos que atendem aos órgãos públicos situados no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O funcionamento foi inspirado em centrais de frota de empresas públicas e privadas.
O Governo vai contratar uma empresa terceirizada, especializada na gestão de frota, para atender à demanda de deslocamentos urbanos e de viagens intermunicipais de 24 órgãos estaduais, durante o prazo de cinco anos. A Saeb, através da sua Superintendência de Recursos Logísticos (SRL), desenvolveu a Central de Frotas durante dois anos, analisando modelos utilizados por empresas como a Petrobras e a siderúrgica ArcelorMittal. Com base nestas experiências de terceirização e centralização de frotas, os técnicos da secretaria verificaram a eficiência e a economia do sistema para adoção no Estado.
Custos
A Superintendência de Recursos Logísticos também analisou as informações sobre a utilização dos veículos pelo modelo atual, para verificar as vantagens do novonegócio. O Estado mantém, atualmente, no Centro Administrativo da Bahia, uma frota de 521 veículos, divididos em 24 órgãos públicos. Para mantê-la, o Governo gasta cerca de R$ 20 milhões por ano, incluindo todos os custos: pneus, combustíveis, manutenção, salários dos motoristas, entre outros.
A centralização e a terceirização da frota permitirão diminuir os custos do Estado. Baseado nos dados das centrais de frota analisados pela Saeb, estima-se uma redução no terceiro ano de contrato da ordem de 45% sobre o valor gasto atualmente com a frota. A diminuição dos custos ocorreria ao longo dos três primeiros anos de contrato. No primeiro ano, a redução seria de 20% sobre o valor gasto anualmente de R$ 20 milhões. Já no segundo ano a expectativa é alcançar 10% de queda, enquanto que, no terceiro ano, a economia seria de 15%.
Nos três primeiros anos de operação, o novo modelo resultará em uma economia de cerca de R$ 20 milhões. O Governo também vai recuperar ativos com a venda dos veículos utilizados atualmente pelo Estado. A expectativa do governo é recolher R$ 3,8 milhões com a venda da frota atual de veículos. Assim, a economia total será de R$ 24 milhões. “Esta é mais uma ação na Saeb com foco na qualidade do gasto público, conforme foi determinado pelo governador Rui Costa desde o início da sua gestão. Teremos aqui no CAB um serviço de transporte mais eficiente, com níveis de segurança e qualidade adequados e custos mais baixos”, afirma o secretário da Administração, Edelvino Góes.
Gestão
Pelo modelo atual, cada órgão possui seus carros, faz manutenção, abastece com combustível e paga os salários dos motoristas. De acordo com a proposta do sistema de frota centralizada, os órgãos públicos localizados no CAB não vão ter mais carros próprios para uso administrativo. Os veículos ficarão todos centralizados numa área do CAB, geridos por uma empresa especializada em frota, contratada por licitação. Toda vez que o servidor de um órgão precisar de um carro deverá solicitar à Central de Frota, com antecedência de meia hora para deslocamentos urbanos e de 24 horas para a realização de viagens.
A Central de Frota funcionará em dois terrenos cedidos pelo Estado, situados no Centro Administrativo da Bahia. Os carros vão ser controlados por sistema de GPS (que permite acompanhar todo trajeto percorrido) e contará com sistema de comunicação (rádio ou celular). Também serão acompanhados por um software de gestão de frota que fornecerá todos os dados dos veículos com gráficos, dados e estatísticas como distância percorrida, gastos, tempo de uso, tipo de utilização, dentre outros. A empresa terceirizada é responsável por todos os custos para o funcionamento da Central de Frota, pela aquisição dos veículos utilizados, manutenção, abastecimento, salários dos motoristas e da equipe de operação, instalações físicas, dentro outros.
O Governo pagará à empresa de gestão de frota apenas pela quilometragem que utilizar, baseado nos dados dos sistemas de controle eletrônico de cada carro. Pelo Termo de Referência, a empresa terá que disponibilizar veículos para atender às demandas do Estado: hatchback, pick-up, furgão e van. O Governo espera lançar, dentro de um prazo de 60 dias, o edital de concorrência que vai contratar a empresa terceirizada para gerir a nova Central de Frota. A ganhadora será aquela empresa que cobrar do Estado o menor preço pelo quilômetro rodado.