A cúpula do PT na Bahia decidiu acelerar o processo de reorganização política para evitar que a desidratação do partido nas urnas este ano provoque também debandadas na base de apoio ao governo do estado, considerado hoje o mais forte reduto da sigla. Sob impacto da série de derrotas em municípios importantes – cristalizada com a vitória de Herzem Gusmão (PMDB) em Vitória da Conquista após duas décadas de domínio do PT -, a meta é traçar já nos próximos 15 dias a estratégia que garanta a sobrevivência para as futuras eleições.
No entanto, cardeais petistas revelaram que, para fechar a equação, será preciso antes assegurar consenso entre duas alas com opiniões divergentes sobre o rumo correto a tomar. Uma corrente defende a ampliação de espaços de poder para partidos governistas que saíram fortalecidos da disputa eleitoral, mas mantêm laços com a oposição em cidades do interior. A outra prega a retomada do viés exclusivamente esquerdista do PT, com afastamento progressivo das legendas que compõem o campo de centro.
De um lado ou de outro, só há uma unanimidade: o governador Rui Costa terá que descentralizar os grandes investimentos para o interior, em vez do foco dado à capital desde 2015. Para líderes do PT que apostam na maior abertura do governo Rui Costa e do partido às siglas aliadas, ceder cargos no alto escalão do Palácio de Ondina e vagas de destaque nas chapas majoritárias seria agora o único antídoto capaz de impedir eventuais sangrias na base a partir de 2017.
O foco principal dos integrantes desse grupo é o PSD e PP, que concentram quase um terço das prefeituras baianas, embora PSB, PR, PDT, PTN e PSL também tenham peso no cálculo. Com a perda substancial de eleitores em 2016, avaliam, o PT terá que dividir melhor o projeto político na Bahia e privilegiar nomes surgidos fora da tropa puro-sangue petista. As informações são de Jairo Costa Jr, Satélite/Correio*.