Os militantes petistas das correntes internas Esquerda Popular Socialista (EPS) e Novo Rumo consolidaram, durante debates do seminário político neste final de semana, o Movimento OPTEI – que busca mudar a gestão do partido no país se aproximando dos movimentos sociais, sindicais e populares. A atividade na capital paulista debateu ainda a conjuntura e organização para o 6º Congresso do PT, que acontece em abril de 2017. Os petistas também encaminharam a construção de uma comissão nacional para dialogar com outras forças que também desejam fazer a movimentação de disputa do PT em novos marcos. “Criamos uma comissão que construirá a política a ser apresentada durante o congresso do ano que vem e temos uma linha de defesa ao ex-presidente Lula”, salienta o deputado federal Valmir Assunção, um dos nomes da EPS na Bahia.
Para o grupo de políticos da Bahia, um breve resumo das ações impopulares de governo de Michel Temer (PMDB) foi o bastante para iniciar uma resolução interna com diretrizes para os embates políticos de agora em diante. “O ajuste sem precedentes que está sendo executado pelo governo federal exige uma resposta à altura das organizações sociais e dos partidos progressistas”, pontua Assunção, ao lado do membro da direção nacional do MTST, Guilherme Boulos, e da direção nacional do MST, João Paulo Rodrigues. O senador carioca, Lindbergh Farias (PT), um dos nomes para assumir a presidência do PT nacional, esteve no seminário e fez uma intervenção relacionada à luta contra a PEC 55 no Senado e manifestação organizada para o dia 29, sobre como as políticas apresentadas pelo governo golpista só irão aumentar a recessão e o desemprego.
“A direita não tem projeto para o Brasil, não pensa o Brasil enquanto nação e, por isso, que os ataques ao PT têm chegado a níveis absurdos”. Na avaliação de Farias, “a direita sabe que só o PT tem condições de reorganizar o estado brasileiro, garantindo direitos sociais, educação, saúde, emprego e renda”. Para a secretária de Movimentos Populares do PT na Bahia, Danielle Ferreira, foi com a ajuda do poder econômico, de setores da mídia e do judiciário, “ que o governo ilegítimo está cumprindo o papel de algoz de direitos sociais dos trabalhadores brasileiros”.
“Através de medidas como a emenda constitucional que congela por 20 anos os gastos públicos, e a proposta de reforma da previdência – que deve ser apresentada ainda este ano, o golpista do Temer tenta cumprir a sua parte no acordo espúrio com a elite econômica, que resultou no impeachment de Dilma”, completa Ferreira. As duas tendências do PT apontam que o partido não pode perder a legitimidade como protagonista na oposição. Para os petistas, é preciso ter coragem de realizar uma ampla revisão na forma de financiamento de suas campanhas eleitorais e reafirmar a defesa incondicional do financiamento público.