Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, o baiano Antônio Imbassahy teria recebido da Odebrecht aproximadamente R$ 300 mil em doações na sua campanha de 2014 com ‘intenção de troca de favores’, conforme relatou o ex-diretor da empreiteira Cláudio Melo Filho em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato. O delator afirmou ainda que a prática era “usual”. “Esses pagamentos, seguindo a linha do que era realizado nas demais campanhas eleitorais, tinham como premissa a expectativa de que o candidato, caso fosse vencedor das eleições, se dedicaria aos pleitos de interesse da empresa”.
O dinheiro era doado de maneira legalizada. Em seu depoimento, que veio a público na sexta-feira (9), o ex-executivo disse que o parlamentar não pediu o “apoio financeiro”. Em entrevista ao UOL, Imbassahy afirmou que a própria delação indica que as doações foram legais. “O que ele coloca ali está correto”, disse. Já o suposto objetivo dos pagamentos seria coisa “da cabeça dele [Melo Filho]”.
“Eu tenho o meu mandato e faço as coisas que acho certas”, declarou o deputado, que disse ter conhecido o então diretor da Odebrecht no começo do seu primeiro mandato, em 2011. O líder tucano é cotado para suceder o conterrâneo Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) no Ministério da Secretaria de Governo. Na função, ele cuidaria da articulação política do Planalto. Além do deputado baiano, outros 13 candidatos são citados como beneficiários dessa prática da empresa –entre eles, apenas dois não são de estados do Nordeste.
Melo Filho explica o interesse em apoiar políticos com forte influência no Congresso: “o propósito da empresa, assim, era manter uma relação frequente de concessões financeiras e pedidos de apoio com esses políticos, em típica situação de privatização indevida de agentes políticos em favor de interesses empresariais nem sempre republicanos”. Extraído do site Brasil 247.