Tudo indica que a oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) chegou a um consenso sobre o apoio para a presidência da Casa, disputada pelos deputados Ângelo Coronel (PSD), Marcelo Nilo (PSL) e Luiz Augusto (PP). A informação foi confirmada publicamente pelo deputado Carlos Geilson (PSDB), mas o anúncio só deve ser feito aos 45 minutos do segundo tempo – comenta-se que ocorrerá amanhã, horas antes da votação. Conforme mostramos, no último sábado 19 dos 21 parlamentares que compõem a bancada de minoria se reuniram com o prefeito ACM Neto (DEM), mas o teor da conversa não foi revelado. Ao sair do encontro, os deputados limitaram-se a dizer que não haviam conseguido tomar uma decisão.
Dos que estiveram presentes, quatro apoiariam Nilo e 15, Coronel, confirmando a tendência que a Tribuna já havia adiantado. O receio era que, mesmo com o movimento, o pessedista fosse derrotado. No entanto, uma nova informação surgida no sábado tornou o horizonte mais definido: o secretário de Agricultura, Vitor Bonfim (PDT), poderia retornar à sua vaga na AL-BA para votar em Coronel.
O presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Jr, é desafeto político de Nilo e é do seu interesse destroná-lo. Desde que começou, a campanha pelo comando do Legislativo passou de acirrada para ácida, com constantes ataques públicos entre os candidatos. Coronel e Luiz Augusto adotaram como estratégia a promessa de um deles desistir em prol do mais forte dos dois no final da disputa, mas não disseram quando isso será efetivado. Na segunda, o pessedista informou que ambos se reunirão nesta terça para avaliar quem irá desistir.
Já Marcelo Nilo disse que firmou um pacto com a senadora Lídice da Mata (PSB) com vistas ao Senado em 2018, sendo que o deputado levou os votos da legenda no pacote. O fato foi ironizado pelo adversário progressista. “Eu vi Marcelo falando, mas não vi Lídice falando. A foto que ele colocou é uma foto de campanha, uma foto antiga. Isso não tem nada a ver com a Assembleia. Se ele quer o Senado, quer tomar a vaga de Lídice. Mas se ele quiser ir, não tem problema nenhum”, disse Luiz Augusto à Tribuna.
Outro ponto importante foi o papel de Rui Costa (PT) e ACM Neto (DEM). O governador conversou com os três candidatos, tentou afunilar uma única candidatura e sempre negou interferência no processo. Inclusive, o petista teria convocado ontem uma reunião para tentar, emergencialmente, construir um candidato que não fosse qualquer um dos três e, assim, evitar fissuras na base. Isso, inclusive, é um dos motivos para a demora da oposição em se posicionar. O prefeito também diz que atua apenas como um mediador, mas o peso de suas opiniões são mais visíveis para os parlamentares da oposição. Da Tribuna da Bahia.