Entre os políticos baianos delatados por ex-executivos da Odebrecht estão Adolfo Viana Neto (PSDB), Marcelo Nilo (PSL) e Mário Negromonte Júnior (PP). O deputado estadual Adolfo Viana Neto (PSDB) é suspeito de ter recebido R$ 50 mil em recursos não contabilizados, para campanha que o elegeu em 2010 para a Assembleia Legislativa da Bahia, conforme as delações dos colaboradores da Odebrecht José de Carvalho Filho e Cláudio Melo Filho. Carvalho afirmou que o deputado tinha conhecimento da ilicitude dos recursos destinados a ele. Como o alvo da suspeita não possui foro privilegiado, o conteúdo da delação foi encaminhada para a Procuradoria Regional da República, 1ª Região.
Adolfo Viana Neto foi eleito deputado estadual e reeleito em 2014. Ele declarou que todas as doações que recebeu para campanhas eleitorais foram devidamente contabilizadas e informadas à Justiça Eleitoral. “Tenho absoluta confiança na Justiça e espero que as apurações ocorram de forma célere, para que os fatos sejam rapidamente esclarecidos, demonstrando a minha correção”, destacou. Já o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL-BA) foi acusado na delação de André Vital Pessoa de Melo de ter recebido R$ 300 mil em espécie no escritório da companhia, em Salvador em ano de 2013, para a pré-campanha ao governo da Bahia.
De acordo com a denúncia, o valor teria “recursos de caixa 2”. Procurado pelo G1, o deputado afirmou que “não quer falar sobre o assunto”. Marcelo Nilo concorreu à Assembleia Legislativa e se reelegeu como deputado. “Pedi autorização ao meu superior hierárquico, Benedicto Júnior, para doar o valor de R$ 300 mil, o que foi aprovado. Os pagamentos foram operacionalizados pela equipe de Hilberto Silva, com recursos de caixa 2, e entregues por mim, em espécie, ao deputado Marcelo Nilo, no escritório da companhia em Salvador”, diz o depoimento de André Vital.
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Ainda em depoimento, André Vital afirma que no sistema do “setor de propina” da Odebrecht há registros do montante de R$ 180 mil, dos quais R$ 105 mil, na data de 16 de setembro de 2013, e R$ 75 mil, em 14 de outubro de 2013. O deputado era citado no sistema com o codinome “Rio”. Por telefone, Marcelo Nilo disse ao G1, na última quinta-feira (13), que, à época, recebeu R$ 300 mil da Odebrecht, divididos em três parcelas, e que o valor consta na prestação de contas feita ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
“O repasse foi contabilizado e está na minha prestação de contas. Estou tranquilo”, destacou. Por fim, o deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP-BA) é suspeito de receber doações não contabilizadas para campanha eleitoral de 2014. As declarações foram prestadas pelo ex-funcionário da Odebrecht, José de Carvalho Filho, e por Luiz Eduardo da Rocha Soares, executivo da empresa, segundo inquérito.
Os delatores relataram o pagamento de doação eleitoral no valor de R$ 110 mil. No entanto, segundo o inquérito, documentos apresentados indicariam repasse de R$ 200 mil. O deputado será investigado por falsidade ideológica eleitoral, segundo inquérito, que aponta ainda pagamentos oriundos de uma cervejaria que, segundo a acusação, seria intermediária de pagamentos ilícitos a candidatos a cargos públicos.
Por telefone, o deputado Mário Negromonte Júnior disse ao G1 que só irá comentar a denúncia após ter conhecimento na íntegra. “Eu ainda não estive com meu advogado. Assim que tiver uma posição, eu divulgo uma nota. Primeiro, preciso saber o que é”. Jornal da Chapada com informações do G1BA.