Em reunião realizada no Ministério Público Estadual, na manhã da última sexta-feira (5), o Governo do Estado apresentou de forma clara todos dados sobre a integração tarifária entre os sistemas de ônibus e metrô. O encontro foi promovido pela Promotora de Justiça, Cristina Seixas, e contou com representantes do Governo e da Prefeitura Municipal de Salvador. Na ocasião, o secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, salientou que “a integração tarifária tem sido continuamente cobrada pelo Governo do Estado junto à Prefeitura de Salvador”. E destacou que todo processo já executado “segue com base nos termos dos acordos estabelecidos no quadro do Contrato de Programa e do Convênio Interfederativo, assinados entre as partes antes mesmo da transferência do metrô para o Estado”.
Foi destacado que o transporte público por pneus funciona de forma ineficiente e que necessita da revisão e adequação dos atuais itinerários, fato que incide diretamente nos custos desse sistema. É importante esclarecer que, atualmente, o valor médio por passagem integrada pago aos ônibus é de R$ 1,69 e caso os modais já estivessem totalmente integrados, o valor recebido pelos ônibus seria de aproximadamente R$ 2,17 por passageiro por viagem. Esse fato é de total conhecimento da Prefeitura de Salvador. E diante da recente afirmação do secretário de Mobilidade da Capital, Fabio Mota, de que 50% das linhas de ônibus já estão integradas, o Governo afirma que essa informação não descreve a realidade da integração, e que as linhas integradas beneficiam apenas 4% dos usuários do sistema de ônibus de Salvador.
Para dinamizar o processo, atendendo uma demanda da própria Prefeitura, o Governo se dispõe a cortar imediatamente todas as linhas metropolitanas que penetram em Salvador, em terminais de ônibus determinados, desde que haja uma integração que não obrigue o passageiro a pagar duas passagens para ir e vir da Região Metropolitana de Salvador para a capital. Para realizar esse corte de linhas sem prejudicar os passageiros, Dauster anunciou que o Governo irá “contratar, em regime de urgência, linhas de alimentação complementares que servirão para o uso dos passageiros metropolitanos”, garantindo a tarifa única por viagem. Este sistema alimentador poderá ser usado por todos os usuários de transporte que assim desejarem.
Ainda nos próximos dias de maio, a população soteropolitana receberá mais quatro estações de metrô, funcionando comercialmente, até Pituaçu. A eficiência das obras já fez o sistema de trilhos chegar na estação Mussurunga, trecho que ainda não pode ser inaugurado pela negativa da Prefeitura de Salvador em fechar os retornos da Avenida Paralela, no percurso de Pituaçu até Mussurunga. “Os bloqueios dos retornos acelerariam, de forma significativa, o andamento das obras da linha 2. Trazendo um enorme benefício para população de Salvador com a chegada do modal nas imediações de Mussurunga o mais rápido possível”, afirma Dauster.
A promotora Cristina Seixas destacou a importância do encontro em prol da melhoria da mobilidade de Salvador. “O Ministério Público precisa entender a lógica das intervenções na mobilidade urbana da Capital. Precisamos acompanhar e exigir que as políticas públicas sejam efetivas e que melhorem as condições da mobilidade urbana na cidade”, afirmou. Também participaram do encontro a Procuradora Geral do Estado Interina (PGE), Luciane Croda, o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Fábio Lucena, o presidente da Companhia de Transporte da Bahia (CTB), Eduardo Copello, o diretores de Transporte da Secretaria de Mobilidade da Prefeitura (Semob), Matheus Moura e Eduardo Leite e o gerente de Projetos Estratégicos da Semob, Roberto Mussalem.