O duplo homicídio contra o casal de sindicalistas da categoria dos rodoviários, Paulo Colombiano e Catarina Galindo, ocorrido em 2010, completou sete anos nesta quinta-feira (29), e os suspeitos continuam soltos. Paulo era tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários e foi assassinado após realização de uma investigação do sindicato com referência a irregularidades no pagamento de planos de saúde.
Cinco pessoas respondem ao processo relacionado ao crime. Dois deles são os donos da empresa que prestava serviço de plano de saúde ao sindicato e são apontados como mandantes da ação. Outros três são funcionários da empresa. Um teria participado da execução do casal e o restante acompanhou a rotina de Paulo e Catarina para que o crime pudesse ser cometido. Todos foram presos em 2012, mas não ficaram mais que 20 dias na cadeia.
“Todos eles estão em liberdade. Não por falta de provas, mas sim porque eles utilizam dos recursos jurídicos para postergar a penalidade. Eles cometeram um crime que completa sete anos de impunidade. Esse processo já tem anos e não tem nenhuma perspectiva para condenação. Acredito que se fossem condenados na Câmara do Tribunal, seria por unanimidade”, opinou Geraldo Galindo, irmão de Catarina e cunhado de Paulo.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça da Bahia informou na última quarta-feira (28) que a ação já foi examinada pelo desembargador Pedro Guerra, relator do processo, e encontra-se com a desembargadora Rita de Cássia Machado Magalhães Filgueiras Nunes, revisora da Ação Penal. Concluída a etapa da revisão, o processo seguirá para a Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal, onde será julgado pelos demais desembargadores que a compõem.
O TJ-BA informou ainda que o processo possui 36 volumes, 18 apensos e 39 anexos. Essa grande quantidade de informações, segundo o TJ-BA, exige um estudo cuidadoso de todas as peças. Apesar do destino do processo ser indefinido, a família do casal aguarda por Justiça. “A minha mãe tem 79 anos. Que ela esteja viva para ver punidos os responsáveis pela morte da filha dela”, disse Geraldo.
“Natal, festas aniversários, encontros da família, às vezes as pessoas choram com a ausência dos dois. Eram muito queridos, tinham uma vida pacata, de trabalhadores. Ele [Paulo] morreu porque só quis revisar o plano de saúde, porque achava muito grande a margem de lucro. Eles tiraram a vida dos nossos queridos por dinheiro, usura”, contou Geraldo. Jornal da Chapada com informações do G1BA.