A falta de políticas e o fim do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), unidos à precariedade em assentamentos, diminuição de ações sociais e o aumento da violência no campo – dois líderes quilombolas foram mortos em menos de uma semana na Bahia. Esses são alguns dos fatores que contribuíram para cerca de mil pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupassem a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Salvador, nesta terça-feira (25), em busca de solução.
De acordo com o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), a ocupação é legítima, “até porque o governo federal está destruindo as políticas de reforma agrária do país”. O parlamentar petista defendeu a luta dos assentados e acampados que esperam a reforma agrária sair do papel há anos.
“Estamos vendo flagrante aumento da pobreza por onde passamos e isso é nitidamente fruto do golpe parlamentar contra a presidente eleita Dilma Rousseff. Agora estão atacando as políticas de estado e agravando os conflitos por terra. O governo golpista não se preocupa com o povo pobre deste país, a quem o Estado deveria cuidar”.
Durante a ocupação nesta terça, o dirigente nacional do MST Evanildo Costa disse que no Incra “tem muita gente que apoia a reforma agrária, mas também têm pessoas que não deveriam estar no Incra, vamos ficar por tempo indeterminado, até que os golpistas respeitam as políticas de reforma agrária, os assentados e os movimentos sociais”.