A chacina que vitimou seis trabalhadores rurais quilombolas na comunidade de Iúna, município de Lençóis, na Chapada Diamantina, deixou marcas difíceis de superar. Uma delas é a insegurança. Nesta terça-feira (15), a direção do Campus Avançado (CACD), da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), emitiu um manifesto e se solidarizou com a luta do povo negro, representado neste caso pelos moradores do Quilombo de Iúna. Com a hashtag #ForçaIúna, a direção do campus montou o manifesto ‘Sempre Fomos Resistência, Sempre Seremos’ e narrou que a comunidade anda aterrorizada com a onda de violência. A população em Lençóis também organiza uma ‘caminhada da paz’ para esta quarta-feira (16). De acordo com informações, o protesto será a partir das 9h, em solidariedade à comunidade, e foi organizado pelas escolas do município.
“Um povo que, desde o seu translado forçado da África para o Brasil, acumula dores e lutas pela libertação, pelo reconhecimento e garantia da sua liberdade, pelo direito de ser negro e ter suas terras e tradições. Muitos morreram por isso, mas não há necessidade do povo de Iúna morrer. A insegurança está produzindo êxodo. Famílias saindo da sua terra e do seu lugar por se sentirem ameaçadas. A escola da Iúna está sendo esvaziada, frente à sensação de risco que paira sobre suas crianças e idosos que fazem o Quilombo de Iúna existir”, aponta trecho do manifesto.
A direção do campus avançado da Uefs em Lençóis ainda exige segurança dos responsáveis por tal garantia, sejam os governos ou a justiça municipal ou estadual. No manifesto, a direção pede providências para assegurar que as crianças tenham o direito de ir à escola. “Não é concebível que uma população se sinta tão ameaçada que prefira abandonar o seu lar. Nenhum quilombo a menos, pois não há melhor lugar que o nosso lar! #ForçaIúna”, completa o texto enviado do Jornal da Chapada.
Jornal da Chapada