O Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) organizou na tarde da última terça-feira (26) o primeiro Setembro Azul realizado em Jacobina. O evento contou com a presença dos secretários de educação de Caldeirão Grande, João Matos e de Ponto Novo, Angélica Garcia, do diretor administrativo do campus, Aurélio Bulcão, além de profissionais de educação, integrantes da comunidade surda e servidores e estudantes do Ifba.
Para o professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), Wermerson Silva, que participou da mesa-redonda ‘Os surdos na contemporaneidade: trajetórias, lutas e perspectivas’, o evento foi um marco para as comunidades surdas. “A população jacobinense, principalmente as comunidades surdas, ganham visibilidade quando eventos assim são realizados. Que mais pessoas compreendam que os surdos não são inferiores, são cidadãos e cidadãs que merecem respeito da sociedade”, analisou.
Também participaram da mesa o técnico administrativo do Ifba, Daniel Neto, que falou os movimentos culturais surdos, e a pesquisadora Luciana Pereira, que abordou o tema ‘Surdos indígenas e a libras’. Wermerson aproveitou para parabenizar o Ifba por assegurar aos alunos surdos a presença de profissional de tradução e interpretação em libras. O campus também tem promovido cursos de extensão para ensinar a língua. “É louvável toda organização que se tem feito para difundir a libras no espaço acadêmico”, comentou.
Além da mesa-redonda, a programação contou com apresentações teatrais retratando as principais dificuldades enfrentadas pelos surdos e apresentações musicais em libras. Já Agda Cortes, tradutora e intérprete de libras do campus, que coordenou o evento, afirmou que ficou muito contente com esse primeiro Setembro Azul de Jacobina. “Na hora do coral eu fiquei muito emocionada. Muitos dos alunos do curso de libras tiveram dificuldades na realização dos sinais logo no início das aulas. Ver eles cantando em libras com o coração foi divino para mim”, lembrou a técnica administrativa do Ifba, que iniciou o aprendizado da língua aos 14 anos.
A intérprete de libras jacobinense Dilzia Oliveira, que há uma semana retornou à cidade. Ela contou que a filha, que tem 22 anos e perdeu a audição aos três, atualmente é estudante de matemática do Ifba, em Salvador. “Soube do evento por uma amiga e fiz questão de vir. Eu achei magnífico o que eles fizeram aqui. Mostrar que o surdo é capaz e pode ser o protagonista da própria história”, disse a intérprete. Mais informações: www.jacobina.ifba.edu.br .