Uma nova ocupação ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cobra demandas dos agricultores familiares da Bahia aos governos federal e estadual. Crédito fundiário, área de conflito, infraestrutura e implementos agrícolas, esses sãos os principais pilares de reivindicações da Central Estadual de Associações das Comunidades Tradicionais, da Agricultura Familiar e Campesina da Bahia (Cecaf/BA). Cerca de 350 representantes seguem acampados no Incra em Salvador desde a última segunda-feira (23) para cobrar as ações no campo. O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) defende a manifestação e diz “que o povo do campo tem sofrido muito com o corte e o fim de políticas agrárias e sociais” pelo governo de Michel Temer (PMDB).
“Os agricultores familiares buscam por direitos e terra, uma luta que não pode parar no país, pois são eles os verdadeiros produtores de alimentos. Temos que dar um basta neste governo golpista que usurpa cotidianamente os direitos dos trabalhadores, conquistados com tanto sangue e suor. Somente em áreas de conflito neste ano mais de 60 pessoas já morreram, sem falar que o orçamento do governo federal foi dilacerado para Temer poder se livrar de nova denúncia de corrupção e organização criminosa”, salienta Valmir. As trabalhadoras e os trabalhadores rurais buscam tratar, por meio de uma comissão de negociação, assuntos como a reforma agrária, os territórios em conflito, as titulações, o crédito fundiário, e diversas outras pautas de infraestrutura para as localidades.
De acordo com o presidente da Cecaf/BA, Weldes Queiroz, a central das associações é uma entidade recém-formada que abriga os trabalhadores de associações de pequenos produtores, quilombolas, indígenas, agricultura familiar e de reforma agrária. “Estamos em Salvador para pautar, junto aos governos do estado e federal, as ações para o desenvolvimento destas áreas, vamos continuar em Salvador até que seja atendida e dado o encaminhamento dessa pauta”, informa. Ainda conforme Queiroz, “a Cecaf compreende que somente a luta muda a vida e que a conjuntura não está favorável à comunidade no campo, os ocupantes protocolaram uma pauta reivindicatória e aguardam a reunião parar conseguir avanços, benefícios e direitos para os povos do campo”, completa.