Cerca de 400 estudantes da Escola Municipal Pedra que Brilha participaram da caminhada que ampliou os debates e a visibilidade da Consciência Negra em Itaberaba, na Chapada Diamantina, nesta quinta-feira (23). E como a literatura brasileira mostra o tempo todo que só há uma forma de mudar o mundo: pela educação, os núcleos docente e discente da escola municipal tomaram as ruas em homenagem ao 20 de novembro e a Zumbi dos Palmares.
“Esse evento é resultado do projeto interdisciplinar desenvolvido em sala de aula intitulado ‘Heranças Culturais Africanas: Contribuição na Formação do Povo Brasileiro’, que buscou apresentar um novo olhar sobre a diversidade, sendo que tal objetivo atende os dispositivos da Lei 10.639/2003, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, além de ressaltar a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira e na Lei 11.645/2008 que orienta como trabalhar a Literatura e a Cultura Afro-indigena em sala de aula”, explica a coordenadora pedagógica da unidade de ensino, Valtercia Daltro Ferraro.
Ainda conforme Ferraro, a culminância do projeto envolveu toda equipe escolar, ou seja, a direção escolar, coordenação pedagógica, professores, pessoal de apoio além da comunidade escolar. Durante o percurso, os estudantes apoiados pelo corpo administrativo da escola, que tem a direção da professora Eleuze Maria Leão Sampaio, carregavam faixas com inscrições de conscientização à comunidade e repetiam gritos de ordem como: ‘Racismo é Burrice’, ‘Diga Não ao Racismo’.
Durante a caminhada, em pontos estratégicos, houve apresentações culturais de músicas dança e capoeira, uma expressão cultural brasileira herdada dos negros que ajudaram na formação da etnia brasileira. “Estou muito feliz em participar desse evento. A nossa escola está nos ensinado que em nossa sociedade não há lugar para a desigualdade, e hoje existe muito preconceito e racismo, o que não tem nada a ver. As pessoas podem ser diferentes apenas na cor, pois no mais somos todos iguais, não há diferença, não importa se eu sou branca e o meu colega negro. O que define o que somos vai além de cor e raça. Espero que depois desse movimento as pessoas se conscientizem disso”, declara Iana Clara Matos Gomes, de 14 anos, estudante do 8º ano.
A Escola Municipal Pedra que Brilha está situada na Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes (centro de Itaberaba), e funciona em dois turnos, matutino e vespertino. Atualmente abriga mais de 420 alunos, com faixa etária de 11 a 16 anos, distribuídos em classes de 6º ano (cinco turmas), 7º ano (seis turmas), 8º ano (três turmas) e outras quatro turmas de 9º ano.
Jornal da Chapada