O desafio de atuar em segmentos tradicionalmente “masculinos” nunca assustou a diretora Executiva da Concessionária Bravo Caminhões e Ônibus, Alessandra Lobo, e a auxiliar administrativa da Oficina da empresa, Hélvia Santiago Barbosa. As duas encontraram a oportunidade para fazer o que gostam e crescer profissionalmente na empresa e representam milhões de mulheres que cada vez mais buscam e conquistam espaços no mercado de trabalho. A Bravo é uma empresa do Grupo LM e representa a rede MAN Latin America na Bahia.
Não é apenas na conquista desses espaços que consiste as superações que as mulheres enfrentam quando optam por manter uma carreira. No dia a dia, elas acumulam vários papéis. Conciliar a maternidade e a organização da casa com a vida profissional, ainda são questões difíceis. Mesmo coordenando sete filiais espalhados pelo estado, com centenas de funcionários, Alessandra sabe da necessidade de não descuidar da sua família. E já encontrou uma forma para conciliar a situação: “Procuro fazer com que o tempo que eu esteja com minha família, meu marido e minha filha, seja de qualidade, totalmente dedicado a eles. Da mesma forma, mantenho momentos focados no meu trabalho, e momentos apenas meus”, alerta.
Por ser considerado um mundo mais masculino, a eletricista Hélvia Santiago Barbosa até desconfiou que não conseguiria a vaga de ajudante de eletricidade na Bravo. Mas apesar de pouca experiência, ela foi bem no teste prático, sendo admitida. Hoje é um exemplo na empresa. Entrou como ajudante de elétrica, passou pelo cargo de monitora pós-venda de ônibus e hoje é auxiliar administrativa da Oficina. “Me motivei e entrei na faculdade de engenharia mecânica, e estou no sexto semestre. Conseguir espaço nessa área é difícil para uma mulher, mas creio que a tendência é que cada vez mais os mercados se abram para nós. Ganhar o respeito das pessoas é a maior dificuldade que enfrentamos, mas isso com trabalho de qualidade nós conseguimos”, aponta.
Hélvia entrou nesta área porque não aguentava mais os repetidos problemas na parte elétrica que seu carro apresentava. Desempregada, decidiu ingressar em um curso profissionalizante na área, que estava sendo oferecido gratuitamente pelo Senai. “Meu pai é mecânico de máquinas de produção, então eu já tinha contato com essa área e foi na elétrica que me encontrei”, conta ela.
Ganhar o respeito dos colegas é outra grande conquista de Alessandra Lobo, que não tem medo de seguir sua intuição e fazer mudanças na sua vida. Ainda estudante de Administração, começou a trabalhar no Polo Industrial de Camaçari. Período em que teve a oportunidade de ter contato com diversas áreas, como controladoria, planejamento e aquela que passou a ser sua paixão – a financeira. Exerceu cargo de liderança na controladoria de uma Indústria Multinacional em São Paulo e decidiu cursar a faculdade de Direito, retornando a Salvador já como advogada tributarista.
“Apesar da realização profissional com a Administração, não queria deixar de viver isso, porque eu sempre tive um encantamento com o Direito. Consegui realizar esse sonho, mas, confirmei que meu coração vibrava pela minha primeira profissão, para a qual retornei depois de exercer a advocacia, e entender que o Direito me completava como Administradora”, conta Alessandra.
Em 2010 ela retornou ao mercado administrativo e financeiro, em um novo segmento – o de concessionárias. Iniciou sua carreira na Bravo como coordenadora administrativa financeira, e, buscando sempre engajar a equipe num objetivo único, aliado às oportunidades recebidas e aproveitadas, antes de um ano já era gerente e, em 2017, chegou à diretoria. Alessandra salienta que, embora ainda considere tímida a participação da mulher no setor automobilístico, ela vem crescendo tanto na área operacional como em cargos executivos, não apenas na Bravo como na MAN Latin America, e acredita que uma das motivações para este crescimento decorre da sensibilidade feminina para dar soluções a situações complexas e diversas e ao nível de organização necessário ao negócio.
Já Hélvia, que reina na sua oficina, dá um lembrete às mulheres que enfrentam os desafios do mercado de trabalho. Para ela, não existe trabalho “de homem” e trabalho “de mulher”. “Penso que precisamos deixar esses conceitos para trás e perceber que as mulheres estão em todas as áreas e precisam ser respeitadas em qualquer local”, destaca. As informações são de assessoria.