Na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que pode conceder ou não o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para esta quarta-feira (4), o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) engrossa o coro para que o petista permaneça em liberdade. Em pronunciamento no plenário da Câmara, nesta terça-feira (3), Assunção destacou que o “povo brasileiro tem o direito de escolher livremente seu presidente”. Segundo ele, existe uma seletividade na busca por justiça no país e cita os casos de corrupção envolvendo o atual presidente Michel Temer (MDB). “Temer é um réu confesso e a minha indignação aqui é justamente pelo fato de terem tirado o direito do povo, quando cassaram a presidenta Dilma, impediram que o STF investigasse Temer e agora querem impedir que a população escolha Lula como seu presidente”.
Valmir diz ainda que vai acompanhar o julgamento no STF nesta quarta e defende o ex-presidente. “Todos os juristas sabem que Lula tem direito ao habeas corpus e, por ter direito, que ele, através dos seus advogados, reivindica. O que esperamos é que o STF possa conceder o pedido de Lula, porque o que está acontecendo no Brasil é uma perseguição”, destaca. Assunção cita a violência contra a Caravana de Lula pelo sul do país como um dos maiores exemplos da perseguição. “Fazendeiros colocaram tratores para fechar pista e não deixar o presidente chegar em cidades, ou seja, impedindo o direito de ir e vir. Se os sem-terra fazem uma mobilização onde quer que seja, os golpistas dizem que é baderna. Não vi nenhum golpista dizer que aquilo que os fazendeiros e o agronegócio fizeram no sul foram badernas. E foi pior, foi um atentado contra a vida de Lula”.
Conforme o deputado petista, é preciso refletir sobre o que está acontecendo no país. Ele cita que nos dois processos na Câmara Federal para autorizar o STF investigar o mandato de Michel Temer, os deputados aliados “salvaram” o presidente. “Temer é um réu confesso. Ele disse em uma gravação que era para comprar o silêncio de Eduardo Cunha para poder não delatar ele e, ao mesmo tempo, disse para os empresários procurarem o deputado da mala [Rocha Loures], o mesmo que saiu correndo com o dinheiro – e todo mundo viu essas imagens. Não vimos na sociedade brasileira, a direita, os coxinhas, o MBL, irem para as ruas ou fazerem mobilização via internet contra esses políticos, nem tampouco defendendo que fossem condenados ou que fizessem justiça no processo de investigação contra Temer”.