O assassinato do então prefeito de Macajuba, na Chapada Diamantina, Fernão Sampaio (MDB), em abril de 2015, foi julgado na última sexta-feira (6), no Fórum de Ipirá. Populares do município chapadeiro e a família de Fernão foram para o local assistir o julgamento do réu Flávio Albergaria de Oliveira, popularmente conhecido por ‘Binho de Moacir’. Albergaria foi condenado a 16 anos e quatro meses por homicídio duplamente qualificado, a sentença foi proferida pelo juiz Marcon Roubert, após mais de 10 horas de júri. O acusado foi preso poucos dias depois da data do crime após se entregar à justiça.
Fernão foi morto no dia 2 de abril na principal avenida da cidade. O prefeito circulava pela via quando foi abordado pelo acusado que desferiu seis tiros. Binho foi recebido no fórum aos gritos dos manifestantes, que o chamavam de assassino, a mãe de Albergaria chorou no momento da chegada do filho. As pessoas se acomodaram na área externa da instituição para acompanhar o julgamento. Um irmão do acusado chorou em depoimento ao relatar dificuldades logo após a eleição, em que o pai Moacir foi candidato a vereador, mas que não ganhou as eleições, e relatou que teve o apoio do acusado, que foi vender feijão para ajudar no sustento da família.
O filho de Fernão, Murilo Sampaio, também comentou sobre o assunto, segundo ele a defesa tentou desqualificar a imagem de Fernão e, em nenhum momento, Binho demonstrou arrependimento. “Ele continua demonstrando o ódio que ficou inerente, bastante explícito pelas entrelinhas do processo que teve uma motivação política, nada que foi dito, nenhuma alegação”, afirmou Murilo, que ainda se manifesta descontente com as leis que permitem que o acusado tenha pena reduzida. “Infelizmente a gente fica um pouco decepcionado com a lei, não se trata de 16 anos e quatro meses, mas sim da vida de uma pessoa. Existe o regramento do código criminal que vai dando benefícios ao réu, imagino que em um caso desse ele deve ficar preso no máximo durante oito anos”, conclui.
Por volta das 13h15 Flávio foi interrogado e a defesa liberou três testemunhas. O restante da tarde e o início da noite foram utilizados para os discursos de promotores, da defesa, do Ministério Público e o júri respondendo os questionários do juiz. Em Macajuba, o clima era de ansiedade, a prefeitura permaneceu sem funcionamento em alguns órgãos. Segundo informações, nem a recepção da prefeitura estava funcionando. Já outros órgãos a exemplo da ação social e o CRAS funcionam normalmente. Jornal da Chapada com informações de Deixa Comigo Macajuba, Tribuna da Bahia e Bahia Notícias. Texto editado para acréscimo de informações às 15:50.