As chuvas que atingiram as regiões baianas da Chapada Diamantina e do Oeste, nos últimos meses, livraram alguns municípios do decreto de emergência por seca, reconhecido pela Defesa Civil do Estado. Apesar deste decréscimo, 44% dos municípios da Bahia, que soma uma população de quase quatro milhões de pessoas, estão enfrentando período de forte estiagem.
Em março de 2017, a quantidade de municípios com decreto de emergência foi reduzida de 220 para 184 em março deste ano. Outros municípios, principalmente do semiárido, estão há muitos anos seguidos com baixo índice de chuvas, comprometendo a produção e a sobrevivência do sertanejo. Segundo o coordenador da Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), Paulo Luz, o maior número foi registrado em 2012, quando 265 municípios tiveram decreto emergência reconhecidos por seca.
Prejuízos
De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural, Joedilson Machado de Freitas, “nos últimos anos está chovendo cada vez menos, o que afeta não só os mananciais como a pecuária e agricultura de subsistência”. Feira de Santana, por exemplo, está em situação crítica. Há oito anos, está sob decreto de emergência por seca, atingindo atualmente uma população de 622.639 pessoas. O secretário disse que os moradores da zona rural são abastecidos por carros-pipa e poços tubulares com dessalinizadores para tornar potável a água salobra. Na cidade, a água vem da barragem de Pedra do Cavalo.
Outro município que sofre com a falta de chuvas e está com decreto de emergência por seca é Dom Basílio, Chapada Sul, onde, desde 2012, a cidade e a zona rural são abastecidas com carros-pipa, afetando diretamente a vida de 12.553 pessoas. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Manoel Jeremias, “a gente se adapta como pode, plantando culturas resistentes, como palma e umbuzeiro. Quem pode faz lavoura pequena com gotejamento, que é o sistema mais econômico de água”.
O coordenador da Sudec, Paulo Luz, afirmou que o decreto de emergência não representa que um município vai receber verbas. “Acontece que depois de reconhecido o problema, os gestores terão facilidades para aprovar projetos cuja finalidade única é resolver as demandas ligadas à seca ou chuva forte”, explicou o coordenador.
Entre as regiões afetadas pela estiagem, ele apontou o Sudoeste como um lugar que choveu pouco e alguns reservatórios merecem preocupação. Citou, também, que na divisa com Minas Gerais, a barragem de Condeúba está com 15% da sua capacidade. “Ela abastece três municípios e pode entrar em colapso porque o período chuvoso já acabou”, concluiu. Jornal da Chapada com informações do A Tarde.