O funcionário de um vereador, que foi ouvido no caso das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, foi morto a tiros, na noite do último domingo (8), em uma rua no bairro da Taquara, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A Delegacia de Homicídios da capital investiga o homicídio. Carlos Alexandre era colaborador voluntário do vereador Marcello Siciliano (PHS). Uma das linhas de investigações é que Alexandre tinha envolvimento com milícias.
A polícia apura que as mortes da vereadora e do motorista tenham envolvimento de milicianos. Algumas testemunhas ouviram o momento em que Alexandre foi assassinado. “Chega para lá que a gente tem que calar a boca dele”, teria dito um dos assassinos. Depois, abriu fogo. A assessoria do vereador Marcello Siciliano confirmou que Alexandre trabalhava junto aos moradores da Zona Oeste, onde também era líder comunitário. O trabalho consistia em identificar as necessidades dos moradores e repassar ao parlamentar.
Ele usava um colete com o nome do vereador durante a atividade. O gabinete do parlamentar divulgou uma nota de pesar. “Foi com grande pesar que recebi a notícia de falecimento do nosso colaborador Carlos Alexandre Pereira. Durante o tempo em que esteve conosco, fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário. Me solidarizo com a dor dos familiares e amigos. Podem contar comigo para ajudar no que for preciso”.
Depoimento
O vereador Marcello Siciliano foi ouvido pela polícia na última sexta-feira (6). Havia uma investigação sobre a atuação dele junto a milícias em Jacarepaguá, nas eleições de 2014. “Fui convocado a vir aqui prestar esclarecimentos para poder ajudar na linha de investigação que eles tomaram. Todos os vereadores foram chamados a vir aqui. Estou à disposição. A Marielle era uma pessoa da qual eu gostava muito. Sinto muito a perda e torço para que esse caso seja esclarecido”, disse o vereador, após três horas prestando depoimento.
Pelo menos seis vereadores da Câmara Municipal já prestaram depoimento sobre o caso. Parte deles é do mesmo grupo político de Marielle e foram chamados para ajudar nas investigações, e outros são adversários políticos da vítima. Alguns vereadores tiveram o sigilo telefônico quebrado após o número de celular usado pelo motorista do carro, onde estavam os assassinos de Marielle, ter sido identificado. A informação foi revelada por uma reportagem do The Intercept. Jornal da Chapada com informações da Agência Brasil e do Correio.