Postos em diferentes cidades da Chapada Diamantina já estão sentindo o reflexo da greve dos caminhoneiros, que entra em seu quarto dia, com a falta de combustíveis. De acordo com apuração do Jornal da Chapada, além das filas e dos preços altos, os estabelecimentos passam por escassez de álcool e gasolina em municípios como Itaberaba, Barra da Estiva, Jacobina, Ituaçu, Piatã, Ibicoara entre outros. Há também relatos da falta de alimentos em mercados e feiras das cidades chapadeiras e até na capital, além de afetar o turismo na região.
Nesta quinta-feira (24), no piquete formado no km 88 da BR 242, em frente ao Posto Santa Helena, trecho do município de Itaberaba, o movimento continua forte e os profissionais do asfalto seguem recebendo adesões de outras categorias e solidariedade da sociedade especialmente de empresários e comerciantes.
Na noite da última quarta, o empresário e um dos criadores do Movimento dos Empreendedores de Itaberaba (MEI) Marcelo Freitas – que é também sócio proprietário da Empresa Itaberaba Gás, foi até o local da manifestação, levando sua solidariedade ao movimento e doando água mineral para abastecimento dos caminhoneiros.
“Na oportunidade conclamamos os associados do MEI, a sociedade em geral, que visitem a concentração dos caminhoneiros, levem seu apoio, doem o que puderem para subsistência dos grevistas. A sociedade tem que acordar, ajudar, afinal todos que tem comércio e que dependem do transporte de carga, sabem o quanto o preço do combustível onera o custo final da mercadoria. As reivindicações da categoria são justas e o Brasil tem que acordar”, declara Freitas.
Na manhã dessa quinta, o cenário era de resistência no movimento. O pátio do Posto Santa Helena continua lotado de caminhões carregados, os de frutas com as cargas amadurecendo e apodrecendo. Só havia gasolina na cidade no Posto Santa Helena, onde dezenas de motos e carros faziam o abastecimento.
Em conversa com Luiz Alberto Sales, o popular ‘Lula Boquinha’, um dos líderes do piquete em Itaberaba, o movimento continua e não tem dia para acabar. “São quatro dias de paralisação positiva, a BR-242 está totalmente parada, a falta de combustível já afeta o turismo da Chapada Diamantina e a orientação que recebemos do comando de greve é resistir até que o governo se sensibilize com a nossa causa e atenda nossas reivindicações”, completa.
Fotos do piquete em Itaberaba
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O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse nesta quinta (24) que a mobilização dos caminhoneiros nas rodovias do país só será encerrada quando o presidente Michel Temer (MDB) sancionar e publicar, no Diário Oficial da União, a decisão de zerar a alíquota do PIS-Cofins incidente sobre o diesel. Para poder ser sancionada pelo presidente, a medida precisa, antes, ser aprovada pelo Senado.
Fonseca disse que os bloqueios nas estradas estão ganhando força inclusive de grupos não ligados aos caminhoneiros. “Não são só os caminhoneiros que estão sendo prejudicados pela alta dos combustíveis. Isso está prejudicando todo mundo, inclusive temos recebido mensagens via redes sociais para continuarmos mantendo o movimento. Há insatisfação da sociedade com o governo”, disse em publicação da Agência Brasil.
Segundo Fonseca, os caminhoneiros não estão proibindo a passagem de veículos que transportam itens essenciais como remédios nem cargas vivas, produtos perecíveis ou oxigênio para hospital. Ônibus com passageiros e ambulâncias também estão podendo passar pelos bloqueios. O representante dos caminhoneiros voltou a criticar a política de preço da Petrobras. “A equiparação com o preço internacional [do petróleo] foi a pior medida que podia ser feita”.
Jornal da Chapada
Vídeo divulgado em rede social
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