Um dos maiores produtores de laranja no Brasil e maior produtor da Bahia, o município de Rio Real, no nordeste baiano, tem na produção da fruta uma de suas principais fontes de renda, gerando o envolvimento de mais de 50% da população. Nos últimos anos, o milho também passou a ser cultivado como uma segunda opção no município, atraindo o interesse de investidores e melhorando as possibilidades de renda dos produtores.
“O município de Rio Real é essencialmente agrícola. Temos em torno de 28 mil hectares de laranja e 18 mil hectares de milho. Mas não é apenas isso. Produzimos também maracujá, coco, abacaxi, amendoim, mamão, quiabo e muitas outras coisas. Essa vasta produção se dá por conta da combinação propícia do clima e o solo do município”, explica o engenheiro agrônomo Antônio de Almeida.
Um dos fatores que ajudam a manter a produção em alta na região é que a laranjeira tem três florações, ou seja, dá fruto o ano inteiro. Entretanto, nesse ano, a falta de chuvas está afetando a qualidade da colheita. Para amenizar a situação, o Governo do Estado tem realizado chamadas públicas e contratado técnicos via convênios para dar assistência ao pequeno produtor.
O município também foi contemplado no edital de Fruticultura do Projeto Bahia Produtiva, com um investimento de mais R$ 2,5 milhões para a aquisição de um atomizador, pá agrícola roçadeira e outros equipamentos para a Cooperativa Agropecuária Litoral Norte da Bahia (Coopealnor), que trabalha com sustentabilidade e produção orgânica e já exporta o suco de laranja para a Europa.
Renda
A tonelada da laranja tem um valor de mercado entre R$ 370 a R$ 580, dependendo do tamanho e qualidade da fruta. A Bahia é a segunda maior fornecedora de laranja do Brasil, perdendo somente para São Paulo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos dez anos, o número de habitantes de Rio Real duplicou e hoje são mais de 40 mil moradores.
Para o produtor José Edval, a ligação da região com as plantações de laranja é tão marcante que a qualidade de vida dos rio-realenses está diretamente associada à qualidade da produção.
“A citricultura é a base de nossa economia. Ela gera uma quantidade grande de empregos diretos e indiretos. Até quem não é produtor vive em função da colheita, seja no comércio, nas casas de fertilizantes agrícolas, bancos e estivadores. Quando a safra é boa, a procura para trabalho é tão grande que os produtores têm dificuldade em encontrar mão de obra. E isso tem um grande impacto na vida das pessoas que moram aqui”, afirma o produtor.